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Atração

Atraímos o que nos é similar e repelimos o que é diferente porque desejamos sempre comprovar que o nosso pensamento e as nossas opiniões estão certas.

Muitas pessoas não acreditam na atratividade porque não a percebem, contudo o mundo funciona independentemente da nossa compreensão ou aceitação.

Quando fala-se sobre atração, não é sobre bens materiais, mas formas de pensamento e emoções que são expressos em ações.

A atração funciona de algumas maneiras:

  • emocional

  • comportamental

  • pensamento

  • foco

EMOCIONAL

As pessoas produzem sentimentos e emoções que atraem mais do mesmo. Isso significa que a pessoa produz cada vez mais o mesmo tipo de sentimento, bem como atrai pessoas que também os produzem.

Por não ser visível ou mensurável, tal característica passa despercebida e não acreditada. Esta atração se dá no campo emocional, o qual possui um longo alcance e funciona de maneira não compreensível.

Reencontros com pessoas queridas ou odiadas (na mesma vida ou em encarnações diferentes), telepatia e coincidências repetitivas são exemplos dessa atratividade.

COMPORTAMENTAL

Atraímos e repelimos pessoas. Procuramos pessoas que gostem do que gostamos e repudiamos quem pensa diferente. A formação de grupos na espécie demonstra isso. Pessoas se unem para reafirmar as suas ideias e evitam quem tenham ideias diferentes e o cenário político demonstra isso de forma mais clara.

Pode-se observar que as próprias pessoas reforçam laços com quem pense como elas, reafirmando as suas convicções.

Quem se enxerga como vítima e reclama, atrai quem aja assim e repele pessoas que buscam soluções, respostas ou alternativas.

Conversas informais com desconhecidos começam com reclamação como “o ônibus está demorando”, “o tempo está ruim”, “os políticos são ruins”. Quem não tem este foco, de valorizar o que desagrada, não estimula esta ideia. A pessoa reage evitando ou ignorando quem reclama ou expressando o seu pensamento diferente e, aquele que reclamou, passa a evitar.

Experimente “revidar” uma reclamação com algo positivo ou uma solução, sem alimentar o pensamento base da reclamação. Quando alguém falar “está muito calor”, responda “sim, mas ainda bem que temos água para tomar banho e nos refrescar”. A pessoa provavelmente achará estranho. Talvez tente outra abordagem para reclamar de outra coisa, como “o trânsito está horrível” e, novamente, expresse um ponto de vista diferente, como “sim, por isso eu evito tanto quanto o possível. O que posso fazer a pé eu faço”. O outro achará estranho e, por não incentivar o ponto de vista dele, ele passará a evitar contato, mostrando que repele o que não reforça o seu ponto de vista, ou seja, repele o diferente.

Pessoas que gostam de trabalhar se associam com outras similares, trocando ideias, incentivando umas às outras, elogiando o trabalho ou admirando-o. Quem não pensa dessa forma não se enquadra e fica fora do grupo.

Quem deseja reclamar se aglomera para criticar. Quem deseja procurar soluções se une com quem também as deseje.

Quem busca relacionamento romântico usa de ferramentas para tal, como ir a locais propícios para tal ou usar aplicativos para este fim. Logo, encontrará pessoas receptivas a romance por tais meios.

PENSAMENTO

A forma que pensamos e percebemos o mundo contribui bastante para a nossa tomada de decisão.

Uma pessoa submissa, que não tem confiança em si mesmo procura quem faça as escolhas por ela. Por não saber escolher, procura quem o faça por ela e, para tal, esta pessoa deve ser dominante. Assim, o submisso atrai o dominante enquanto que o inverso também acontece. Tanto o submisso quanto o dominante evitam pessoas que não se enquadrem em tais funções do relacionamento.

O submisso não gosta da liberdade que o outro oferece enquanto que o dominante não aceita o limite que o outro impõe, não permitindo ser dominado. Dessa maneira, submisso e dominante se atraem porque o sentimento que possuem é de dominância e submissão, onde um só existe com o outro. Para sair dessa situação é necessário sentir de forma diferente, ou seja, sem a perspectiva de submissão e dominância.

A atração se dá por forma de pensamento e sentimento (veja o post Razão X Emoção), não por uma parte deste. Não é desejar não ser mais submisso que atrairá pessoas mais independentes porque a própria ideia de submissão requer a dominação. Uma pessoa que se sente insegura sobre si e age com submissão por causa disso não consegue agir dessa maneira se não houver alguém que a domine.

A forma do pensamento é que o relacionamento necessita de um submisso e um dominador e quem pense assim busca o seu oposto, isto é, quem é submisso procura alguém dominador e quem é dominador busca quem possa se submeter.

Duas pessoas submissas competem pela “vaga” de submissão no relacionamento e quem perde não se sente confortável na posição de dominador. Por conta disso o relacionamento não é confortável e trocá-lo quando possível é uma opção e o mesmo acontece quando há a competição para a posição de dominador.

Ambos enxergam o mundo dessa maneira e, portanto, reagem assim. Quem não age com tal comportamento, buscando domínio ou submissão, é repelido por discordância de pensamento. O dominador não aceitará os limites impostos de quem não age com submissão, seja outra pessoa que deseja dominar ou alguém que não age de acordo com tal pensamento. Já o submisso não aguenta a liberdade que o outro submisso oferece ou quem age sem desejo de dominá-lo, pois é a própria insegurança que o leva a buscar alguém que dite o que ele deva fazer.

Portanto, desejar não ser submisso ou não ser dominado não adianta, já que, na prática, a própria pessoa não aceita se relacionar de maneira diferente.

Tanto a pessoa submissa quanto a dominadora compartilham da mesma percepção sobre relacionamentos e reagem coerentemente com este.

FOCO

A nossa atenção é focada naquilo que nos é mais intenso, seja prazer ou desprazer. Nós nos focamos no sentimento e na ideia que este representa (veja o post Razão X Emoção), o que faz a nossa mente perceber situações relativas a esses sentimentos com mais facilidade. Isso significa que tudo que estimule tal sensação intensa nos marca e ganha a nossa atenção.

Ademais, por darmos mais importância a tais eventos por termos emoções intensas a eles, eles ganham uma grande dimensão em nossas vidas, alimentando a percepção que já temos. Assim, parece que enxergamos mais estas situações do que outras, dando-nos a perspectiva de que somos “seguidos” por tais eventos.

Uma pessoa que tem medo de passar por um episódio de violência imagina situações em que estes podem acontecer e procura evitá-los. Ela procura por notícias sobre violência, as compartilha, fala, lembra, reclama, ouve e participa de conversas que falam sobre o tema e faz diversas outras ações prezando a violência. Ela procura sobre a violência e encontra. Ao encontrar ela reforça a sua ideia de que a violência está aumentando, que tudo é perigoso, que o mundo está piorando e o medo de passar por um episódio assim é reforçado, iniciando todo o comportamento que se retroalimenta dessa maneira.

Em sua cabeça há mais violência do que de fato as vive.

Enquanto ela investe o seu tempo em procurar por novidades sobre o assunto, ela ignora ou desvaloriza outros assuntos diversos. Dessa maneira, a violência ocupa grande parte de sua vida e sempre que houver algum caso a respeito ela fica em alerta e a sensação de medo, que estimula todo este comportamento, aumenta.

A pessoa está focada num tema. Tudo que acontece a respeito estimula a sua própria visão acerca deste, dando a sensação de que o assunto a segue.

ATRAÇÃO NA PRÁTICA

Na vida não acontece um tipo de atração ou outra, mas todas juntas e estas ainda se influenciam, criando um ornamento complexo de atração.

Uma pessoa que deseja mais dinheiro sente insatisfação por não ter o que deseja e que acredita que o dinheiro possa comprar. Quando a pessoa tem o pensamento de gastar enquanto tem disponibilidade, ela o faz até chegar no limite de não mais ter dinheiro disponível, vivendo neste cenário de escassez. No entanto, quando a pessoa tem um pensamento de evitar gastar o dinheiro, ela desenvolve um comportamento de economia.

A primeira forma citada faz a pessoa viver em escassez por sempre gastar e não acumular. Exemplo de pessoas que ganham prêmios em dinheiro e gastam tudo voltando à escassez financeira mostram este tipo de pensamento na vida prática.

Já a segunda maneira de pensar conduz a pessoa a juntar dinheiro, uma vez que evita gastar tanto quanto o possível, mas preservar o comportamento de economia exagerada, tornando-se “mão de vaca”. Assim a pessoa mantém o estilo de vida pobre, como se não houvesse disponibilidade de recursos financeiros apesar de dispô-los.

Expressões como “pode-se sair da pobreza, mas a pobreza não sai da pessoa” demonstram isso.

Estas percepções acerca do dinheiro não estimula a pessoa a investir em opções que lucrem mais. A pessoa não procurar formas de se qualificar, melhorar as suas habilidades, a sua fonte de renda, o trabalho oferecido… Para o primeiro pensamento, o desejo de gastar com prazer não condiz com investimento, o qual não é prazer para muitas pessoas. Já para o segundo pensamento, investir significa gastar, o que a pessoa evita ao máximo. Logo, em ambos a pessoa não melhora a sua fonte de renda, evitando a sua prosperidade financeira, criando a situação de falta de dinheiro.

Além disso, atrairão situações e pessoas com sintonia similar, desejando o dinheiro. Às vezes são pessoas mesquinhas, pessoas com medo de perder o emprego, pessoas gananciosas ou malandras, pessoas que reclama da falta de dinheiro, que buscam formas de se dar bem financeiramente às custas de outras, pessoas que compartilham hábitos ou técnicas que reforçam a própria condição, mas todas com o mesmo pensamento em relação ao dinheiro.

Elas também evitam quem oferece sugestões ou soluções para tal falta. Não gostam de quem fala sobre investimentos, estudos, qualificação ou trabalho, que são o que geram dinheiro.

A pessoa reclama da falta de dinheiro e não busca produzir mais para ter mais. O seu real pensamento não é ter mais dinheiro ou fazê-lo mais, mantendo a sua própria condição incômoda. Em suma, a pessoa reclama do que faz na vida e não deseja fazer diferente.

Assim como quem tem o pensamento de que um relacionamento tem um submisso e um dominante, a pessoa que pensa em tirar proveito de outro também se enquadra da posição de ser aproveitada por terceiro, uma vez que tal pensamento é ganhar vantagem sobre o outro ao não ser claro no relacionamento, ou seja, ganhar por causa da burrice alheia, não por mérito. E quem aceita situações assim são pessoas que acreditam que ganharão tal vantagem, ou seja, que são mais inteligentes que o outro. Dessa maneira, pessoas com este mesmo tipo de pensamento se relacionam e metade delas não ganhará a vantagem.

Tais pessoas têm um pensamento de que a vida seja assim, difícil e sem dinheiro, atraindo e criando situações similares, como empregos que não pagam bem, pessoas que as exploram (tentam se dar bem às suas custas), situações emergenciais constantes que requerem recursos financeiros para serem sanadas… Muitas pessoas reclamam que vivem no limite, tentam sair da situação, mas sempre aparece algo que as enrola financeiramente.

A própria pessoa não percebe o ciclo que vive. Não prevê as possibilidades e probabilidades de emergência, não se programa para tal. Então tudo volta acontecer, com pequenas variações, mas a essência do problema é mantida.

Além disso tudo, a pessoa se foca na falta de dinheiro e nas situações em que o gastará, como se não houvesse ocasiões alegres ou satisfatórias. O seu foco é a falta de dinheiro e tudo que estimula este ponto de vista.

Não adianta pensar “quero mais dinheiro” enquanto que o pensamento real é de “não tenho o dinheiro para o que eu quero”. A sensação é de que não se está satisfeito com o que se têm, focando nesta parte específica e agindo como tal, o que estimula manter a própria situação.

A pessoa deseja gastar uma quantia de dinheiro superior ao que tem em vez de querer fazer mais dinheiro para de fato tê-lo, mostrando que o seu objetivo não é ter mais dinheiro, mas gastar mais. Logo, quanto mais dinheiro tem, mais ela gasta porque é o que deseja realmente. Ela não busca aprender fazer mais dinheiro ou o objeto real, produzindo-o diretamente. Ela deseja exercer a ação de gastar o dinheiro. Como não é possível gastar o dinheiro e mantê-lo ao mesmo tempo, a pessoa o gasta e volta à situação de não tê-lo, o que a desagrada. Caso ela desejasse ter mais dinheiro, buscaria meios para produzi-lo em maior quantidade.

Outro exemplo de como a atração funciona é quando alguém aparentemente diz que deseja alguém que a valorize. A pessoa atrai emocionalmente, situações que a desvaloriza. Além disso, ela mesma aceita situações assim, corroborando com a sua perspectiva. Pensar em “quero alguém que me valorize” não surte efeito enquanto a própria pessoa não se valoriza e sente “sou um fracasso, feia, gorda, burra ou não presto” porque quando aparecer alguém que a valorizar, a própria pessoa não aceitará. Ela desconfiará dos elogios e da valorização vinda do outro porque ela mesma não se valoriza, não concorda com a opinião do outro. Ao ter desconfiança do outro, passará a evitá-lo, pois o ser humano não gosta de conviver com quem desconfia.

Portanto, apenas pensar o que deseja não faz efeito. É preciso alterar a percepção, o comportamento, a ideia sobre o tema.

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