O conceito de vida é oposto da morte. Então acreditar em vida após a morte é uma contradição. Viver depois de morrer é impossível, já que não há vida e morte porque a morte é o fim da vida.
Contudo muitas pessoas acreditam nisso. O conceito de vida para essas pessoas não é viver em si, mas viver em um corpo físico. Então a morte representa a desconexão entre vida e corpo. Assim há a morte do corpo, não do indivíduo em si. Dessa forma o indivíduo vive após a morte (do corpo).
O motivo dessa crença existir é variado. O medo de deixar de existir é tão grande que a pessoa cria formas de se convencer de que isso não acontecerá, evitando o sofrimento que essa ideia fornece. Já que a morte do corpo é inevitável, acreditar que sobreviver à essa morte é a maneira de manter essa crença lógica e, portanto, possível. Então acreditar nessa possibilidade é uma maneira de tranquilizar a pessoa acerca do assunto. Para compreender melhor como esse mecanismo funciona veja Ciência X religião.
Há quem crie histórias que as pessoas sobrevivem à morte e, então, é julgada e condenada pela vida que teve. Isso cria medo em quem acredite em tal ideia, o qual pode ser usado para manipular as pessoas a agirem de uma forma determinada, o que favorece benefício próprio ou uma organização social que promova o bem estar comum com mais facilidade.
A esperança de algum benefício, ajuda ou reconhecimento após a vida indesejada ou insatisfatória também é outro fator que leva muitas pessoas acreditarem que existe uma vida “depois da vida” e que neste haverá recompensa pela primeira. Isso acontece porque, na impossibilidade de alcançar o objeto de desejo e ter satisfação, a pessoa desenvolve uma ideia onde o seu desejo e satisfação chegarão por outras vias, seja por algo ou alguém (para compreender veja A confusão de um pensamento e Por que confundimos desejos com realidade).
Há quem acredite porque ouve histórias de que existe consciência e um tipo de vida depois da morte.
Estas ideias são baseadas em sentimentos: medo de deixar de existir, desejo de recompensa ou justiça. Nenhum tem algum tipo de evidência, apenas desejos que satisfaçam emoções do presente.
Há quem lembre de vidas anteriores ou de momentos entre as vidas (físicas) caracterizando a vida depois da morte.
As pessoas mais racionais não acreditam no que não pode ser provado ou experimentado. Então se a pessoa não lembra de ter morrido (experiência pessoal) e não há provas de que a vida continue após a morte do corpo, concluir que esta não existe é um resultado lógico. Dessa forma após a vida a pessoa deixa de existir. Para compreender como a pessoa faz essa conclusão veja Nostalgia de um passado inexistente.