Muitas pessoas buscam outras para pergunta sobre perspectivas futuras, de videntes a especialistas em alguma área.
Já me questionarem sobre a perspectiva da humanidade, mas não tenho perspectiva (de mudança). Eu analiso o que existe ou existiu. Ademais, pelo menos a maioria das pessoas que busca saber sobre o futuro não deseja realmente saber sobre ele, apenas deseja saber se algo bom acontecerá. Não se deseja saber quando ou como se vai morrer, as dificuldades ou frustrações que passará, ou doenças que o acometerá. Essa é a real busca quando se trata de perspectivas ou visões sobre o tempo que ainda não aconteceu: o desejo de saber se prazer ou satisfação chegarão na vida porque este é o objetivo de qualquer pessoa.
Esperança de melhoria é o desejo de melhoria por parte de quem quer uma mudança (para melhor) e não a faz. Então espera que alguém a faça e por isso prega ideias de que o mundo vai melhorar, de que as pessoas são boas e etc.
Isso costuma acontecer em momentos em que a pessoa se sente impotente perante a um grande perigo. Guerras e epidemias geram esse sentimento em muitas pessoas. Diante do grande perigo de morrer, ou perder muito (como família, casa, lugar onde conhece e outros de suma importância para a pessoa) a pessoa deposita a sua esperança num desconhecido, seja Deus, mundo melhor, um salvador (como uma sociedade melhor) porque é a única forma que imaginar viver um período melhor. Por ser penoso o momento que vive, sonhar com momentos melhores diminui o sofrimento momentâneo e, assim, sonhos são declarados como se fossem fatos ou evidências das mudanças que se deseja.
Do ponto de vista tecnológico a melhoria sempre existe e acaba por acelerar a própria melhoria. Do ponto de vista de relacionamento (como as pessoas se relacionam umas com as outras, em grande ou pequena escala) acho que nada vai mudar em bastante tempo. Somos tão primitivos quanto há milhares de anos atrás quando a espécie “apareceu”. As mudanças de relacionamentos que fazemos são por conta das tecnologias que existem, não porque nós mudamos de fato. Se a tecnologia sumir, voltaremos a agir com a barbaridade que tanto condenamos nos nossos antepassados e momentos de crise apenas evidenciam isso com comportamentos considerados grosseiros e, ao mesmo tempo, compreensíveis porque somos nós quem passamos por ele, ou seja, em vez de julgar o outro como os nossos sentimentos, nós julgamos a nós mesmos com tais sentimentos, motivo óbvio de termos mais compreensão para com a atitude que tomamos. Não vemos o ser humano primitivo e desvalorizado que temos em nossa percepção, vemos a nós mesmos, pessoas altamente inteligentes e desenvolvidas (perspectiva advinda do desejo de sermos assim) agindo de uma maneira que entendemos por sermos nós quem vivencia a situação. Resumo: somos tão primitivos quanto nossos antepassados, visando impor nossas vontades como podemos, e só não enxergamos isso porque acreditamos ser mais evoluídos e bondosos porque desejamos ser assim, não por evidência alguma de que assim o somos.
Somos o mesmo povo primitivo que guerreia para se impor e tomar dos outros o que desejamos. A diferença é que temos mais recursos para conseguir os mesmos objetivos de antepassados longínquos.