Os políticos dizem quem vão investir na educação, então fecham as escolas e abrem shoppings e parques de diversão. Onde está a coerência? Onde dá dinheiro, pois é onde há produção e emprego agora. A ausência de educação se refletirá no futuro, o qual não nos preocupamos porque queremos satisfação agora.
Afinal, primeiro salva-se vidas, a economia vê-se depois.
O fechamento de escolas mostra que o governo está preocupado com o povo, demonstrando apreço e cuidado.
A abertura de comércio sacia as necessidades do povo, permitindo-o manter-se.
A abertura de lazer alivia o estresse do povo, ao sentir um pouco de saciedade.
Este sistema imediatista, de ter prazer agora sem se planejar para o futuro, que gera problemas quando o futuro se torna presente.
Vive-se tentando reparar problemas e não se busca uma forma de evitar que estes se formem.
O estresse crônico de viver com problemas a todo tempo leva a pessoa ao colapso, buscando prazer, apesar dos riscos, para aliviar o angustiante estresse incurável.
Assim vive-se sem planejar o futuro e tentando tapar o sol com a peneira.
Exemplo disso foi o discurso de “primeiro salva-se vidas, a economia vemos depois” e quando a economia foi para o buraco as pessoas se surpreenderam e se espantaram.
Por não saberem lidar com isso, passaram a procurar por culpados sem se darem conta que a escolha por tal realidade foi delas mesmas. Afinal, exigir resultado proveniente de outras pessoas em vez de fazer por si mesmo é muito mais fácil e simples.
Esta forma de pensar e agir é individual. Quando muitas pessoas têm essa forma de viver isso se torna coletivo, gerando a repercussão social vista em uma cidade, estado ou país. Quantas pessoas vivem assim, amenizando problemas momentâneos imediatos e sem estudar a causa destes para evitá-los no futuro?
Algumas pessoas podem achar que é burrice ou falta de inteligência, o que não deixa de ser verdade, porém esta não é a única causa ou específica.
Quando o ser humano está muito angustiado ou sofrendo demais, o que é singular para cada indivíduo, a própria cabeça não consegue pensar e olhar para outras áreas ou coisas além disso. Isso não acontece somente com algumas pessoas, mas com todas! É uma característica do ser humano e a ideia de “esfriar a cabeça para se tomar uma decisão” reflete exatamente esse conhecimento que temos, ainda que seja inconsciente.
A pessoa busca formas de amenizar ou sanar as suas dores, assim como acontece com alguém que sente muitas dores físicas e grita sem conseguir pensar sobre o que está acontecendo ou como evitar que o problema se repita. A pessoa só consegue pensar em uma forma de não sentir mais tanta dor. Isso vale para a parte emocional.
Se por um lado esta característica faz parte do ser humano, tirando a nossa responsabilidade sobre tal comportamento reacional e sem controle, por outro nós temos opções para estudar o que nos incomoda, sanar e evitar tais incômodos.
Podemos buscar ajuda, estudar, analisar, pensar, fazer isso com outras pessoas ou sozinho, tentar agir diferente para conseguir mudar a situação… Somos dotados de livre-arbítrio ou escolhas e fazemos isso o tempo inteiro, mesmo não tenhamos consciência ou não percebamos.
Dessa forma, somos “vítimas” por não temos capacidades de fazer diferente momentaneamente, também somos os responsáveis, uma vez que nós mesmo que criamos tais problemas, e somos os possíveis milagreiros que podem alterar a nossa própria vida ao estudar, aprender e fazermos diferentes para que os eventos angustiantes não se repitam rotineiramente.
Não precisamos controlar tudo para melhorarmos de vida. Nos esforçarmos para aprendermos e praticar os aprendizados é o primeiro passo. Manter este padrão de estudar para fazer melhor é o segundo e o restante torna-se fácil, simples, rápido e automático.
Cada um é o próprio milagre e somados somos a cidade, o estado e o país do milagre por todos colaborarem para tal.
Culpar alguém e exigir ressarcimento cria brigas. Somar ideias e atitudes para colaborar faz as mudanças serem mais rápidas e resultados melhores.
Vamos aprender a conversar e discutir para que não exista mais “a favor” ou “contra” o governo, mas que todos nós sejamos ativa e conscientemente o governo, colaborando com o melhor que podemos e colhendo os frutos que desejamos.