As mulheres não gostam de serem objetificadas? Claro que gostam! Qual mulher não quer ser desejada por alguém? Qual mulher não quer ser objeto de desejo sexual na hora do sexo?
A objetificação feminina varia bastante com a cultura e segregação sexual. Quando homens e mulheres possuem papéis sociais bem definidos, estes não se mesclam. Dessa forma, a convivência com o sexo oposto não acontece, exceto na parte sexual.
Neste tipo de sociedade, o homem é visto como o provedor financeiro, sendo o seu papel, e a mulher como reprodutora e, para tal, a atração sexual é importante. Os homens as vêm como objetos sexuais por elas terem o papel sexual em suas vidas.
Com a mudança de cultura, homens e mulheres passaram a conviver mais em outras áreas além da sexual. Eles trabalham juntos, se divertem juntos, conversam e fazem outras atividades. Apesar dessa mudança, a atração sexual permanece. Tanto para mulheres quanto para homens os “papéis sociais” do passado continuam sendo-lhes como atributos atrativos, embora não sejam os únicos.
As mulheres buscam roupas, dietas, atividades físicas, tratamentos estéticos, medicamentos, procedimentos cirúrgicos, maquiagens e outras opções para elevar a sua beleza, a qual é a forma de atrair pessoas, incluindo homens.
Investir tanto em beleza e atratividade visual mostra que a mulher deseja ser olhada dessa forma: ela deseja ser vista, apreciada, admirada, desejada. Qual é o sentido de tanto procedimento se ela não quer ser vista como alguém para o sexo se ela mesma tenta realçar características que despertam tal interesse nos outros? A mulher pode sim se produzir para se sentir bem consigo, para gostar do que olha no espelho, mas não é somente por isso.
Vivemos em sociedade e o nosso valor social é dado por quem nos rodeia. Dessa forma, se uma mulher é bonita e ninguém fala nada a respeito, ninguém percebe esta sua característica ou ninguém se atrai por ela, a própria mulher não se sente bonita porque não há reconhecimento dessa característica nas pessoas que a olham.
As mulheres investem em lingeries, ajustes em roupas, cabelos e outros adereços para chamar atenção destas partes de forma positiva, isto é, valorizada. Se a mulher não deseja ser objetificada, qual é o sentido de tanto investimento?
Uma questão é a inveja. As mulheres sentem inveja de outras que são mais bonitas, mais atraentes, sensuais e desejadas porque elas desejam o mesmo, ainda que por um momento, e não têm. Então um dos motivos das críticas por detrás de tanta briga por causa do tema é das menos desejadas (desfavorecida de atributos desejados pela sociedade) sentirem inveja de quem possui mais qualidades que elas. Por conta disso sentem-se vítimas por não possuírem o mesmo das mulheres mais cobiçadas. A crítica desvaloriza as qualidades de quem é criticado e, por comparação, eleva o valor de quem faz a crítica.
Outra questão é que as mulheres também são pessoas. Elas querem ser desejadas, mas elas não desejam ser somente um objeto de desejo ou sê-lo o tempo inteiro. Elas querem ser admiradas por outras características. O problema não é ser objetificada, mas ser reduzida a um objeto de desejo sexual exclusivamente sendo que há muito mais nelas para oferecer e outras características que elas querem que sejam valorizadas.