O ser humano aumenta o seu conhecimento a cada dia. Novas descobertas e novos conhecimentos são agrados aos antigos, somando a sua quantidade.
A escola é local onde informações consideradas importantes são passadas para os próximos cidadãos. Se a humanidade aumenta o seu conhecimento e os impõe na educação acadêmica, esta cresce a cada instante.
É fácil perceber este evento. Séculos atrás não haviam escolas. As pessoas aprendiam umas com as outras diretamente e por experiência própria. Aos poucos surgiram “tutores escolares”, pessoas que explicavam e transmitiam conhecimento a outras. Monarcas e familiares possuíam os tutores para aprenderem e se capacitarem para governar e lidar com política na idade média. Conforme o conhecimento aumentava, maior era o conteúdo que os tutores ensinavam. Posteriormente surgiram escolas, as quais tinha o objetivo de ensinar o que a sociedade que podia cria-las e mantê-las consideravam como básico ou essencial. Inicialmente o conteúdo era ler, escrever e fazer contas matemáticas fundamentais. Conforme o conhecimento foi alargando, a escola aumentava o seu conteúdo e, para isso, eram necessários mais professores, amis ferramentas e mais tempo em sua entidade.
Esse processo de aumentar a grande curricular conforme aumenta o conhecimento da espécie se mantém. O conteúdo escolar tido como básico em 1950 era muito menor do que o conteúdo tido como básico em 2000. Isso significa que as pessoas que frequentam a entidade escolar precisam saber cada vez mais para serem consideradas aptas para concluir os estudos.
Uma questão que surge é: a capacidade de retenção de conhecimento das pessoas que estudam nestes estabelecimentos aumenta conforme aumenta a exigência escolar? Se sim, não há motivo para preocupações. Contudo, se esta capacidade não for a mesma haverá problemas: como exigir que pessoas absorvam conteúdos para serem consideradas aprovadas e passarem e ano ou terem seus currículos se estas não possuem a capacidade de absorção tão grande de informações? É como desejar que uma pessoa com demência aja e pense como uma pessoa saudável e, se não o fizer, seja reprovada por isso. Embora a pessoa não seja apta por não ter capacidade (óbvio), ser reprovada por esse motivo gera uma sensação de injustiça, pois, em sua cabeça, ela pensa “eu fiz o que podia, eu me esforcei, então eu devo ter o resultado que desejo”. A vida não funciona baseado no que acreditamos ser certo, mas em ações físicas. Ninguém pode voar simplesmente porque acredita que tenha o direito de voar ou que seja justo voar. Apesar disso ser óbvio, na parte social isso não acontece.
As pessoas lutam por suas causas (vontades, desejos, ideais) e fazem o que podem para alcançá-las. No exemplo dado não há como pedir ou exigir que alguém nos faça voar, porém em causas sociais é possível usar dessa maneira para a aquisição do que é desejado.
Manifestações são exemplos disso. Pessoas se juntam para pedir ou exigir o que consideram ser seus direitos, os quais são, na verdade, desejos. Para entender esse assunto veja Por que confundimos desejos com realidade? e Hipocrisia: certa ou errada? Boa ou ruim? Por que? Assim, se a pessoa considera injusto não ser aprovada por ter se esforçado, então ela buscará formas de que a sua vontade (de ser aprovada) seja atendida e usar da ideia de injustiça é uma maneira de convencimento muito eficiente. Conseguindo o que deseja, será aprovada, ainda que não tenha capacidade para tal.
Essa situação já foi colocada em prática no município do Rio de Janeiro: a aprovação automática. Não era necessário o aluno aprender e ter um conhecimento considerado mínimo para mudar de série. Isso gerou um resultado: crianças de 10 anos de idade não sabiam ler ou entender um texto simples. Esse resultado também não agradou e muitos reclamaram da estratégia de não reprovação.
A questão é que para tudo que é feito há resultado. Nada é tão indiferente que não gere resultado e, se for, não há necessidade fazê-lo, uma vez que as pessoas fazem o que fazem visando um objetivo (resultado).
Logo, se a capacidade humana (individual) de absorção de informação for menor do que o conhecimento fornecido pela escola, o qual vem aumentando, então haverá um momento em que os alunos não serão aprovados, exceto os extraordinários que, por algum motivo, tenham essa capacidade e anormal. Muitos alunos não conseguirão terminar os estudos e, se aprová-los apesar de sua inabilidade para tal, possivelmente teremos um resultado similar ao relatado.
Quais opções teremos? Devemos cria-las!
Diminuir o conteúdo básico pode ser uma opção. Os alunos podem ter um conteúdo básico reduzido e ter uma escolarização direcionada, ou seja, cursos diferentes dentro na escola fundamental ou média. Em vez dos alunos aprenderem muito conhecimento de assuntos diversos ele pode se aprofundar em poucos assuntos. Isso poder-se-ia ser feito através de implementação de cursos pré-determinados, como funciona ensino superior, médio e básico, onde as matérias são obrigatórias, ou por sistema de eletivas, em que o aluno escolhe quais matérias deseja estudar, tendo uma obrigação mínima de matérias.
Outra opção é de se reduzir a grade curricular.
Aumentar o período escolar é uma opção para aumentar a absorção de conteúdo.
Talvez seja possível reduzir a grade curricular, fazendo uma básica até uma determinada série, e depois um aprofundamento. É uma mistura entre a primeira e segunda opção.
Levando em consideração que a acessibilidade a informações está grande e crescendo, talvez a exigência acadêmica perca a sua necessidade, uma vez que a pessoa tenha possibilidade de aprender quando desejar, deixando de ser refém da escola. A escola pode manter o ensino essencial para que a pessoa aprenda por si mesma em outras fontes, como o de ler e escrever.
Para entender melhor esse assunto veja O fim da profissão professor.
Estas são sugestões para um possível problema.
A arte de ter uma vida próspera é analisar os fatos, prever o futuro e se planejar a ele, pois isso otimiza o resultado ou diminui o problema. Como os fatos acontecem a todo instante, os demais passos devem ser atualizados rotineiramente.
Seja próspero! Pense!