Pular para o conteúdo

Mágoa e raiva

O que causa mágoa nas pessoas é acreditar que podem ter algo que desejam e não tê-lo.

Desejar um biscoito e os pais não darem causa mágoa;
Desejar ir a um passeio e não deixarem causa mágoa;
Desejar a mãe ou o pai de um jeito, com uma determinada personalidade, e não tê-los causa mágoa;
Desejar que o mundo seja de uma maneira que não é causa mágoa.

A mágoa é a frustração de não conseguir o que deseja direcionada a alguém, ou seja, é responsabilizar alguém pela frustração. Daí surge a raiva por essa pessoa “responsável” por não satisfazer o desejo.

É por este motivo que o conhecimento consegue dissolver a mágoa: ele esclarece o motivo de não ter conseguido o que desejava. Dessa forma não responsabiliza outra pessoa pela frustração, desfazendo a mágoa.

Quando temos ciência de que não há como algo ser melhor, isto é, o nosso desejo é realizado ou entendemos que é impossível de ser realizado, nós não nos frustramos. Se não há frustração, não existe a possibilidade de responsabilizar alguém por nossa frustração/insatisfação. Dessa maneira não há mágoa nem raiva para com ninguém.

O conhecimento liberta por elevar a compreensão, a qual diminui a sensação de prisão, sensação de sofrimento e prisão (de não poder fazer ou ter o que se deseja).

2 comentários em “Mágoa e raiva”

  1. Julio Cesar Ferreira Rabelo

    Gostei do seu ponto de vista Fávia. Legal porque eu também tenho um pouco de mágoa pelo modo como meus pais me criaram e pelos meus problemas psocológicos mas tento todo dia não guardar mágoa e mesmo que eu considere que tenho certa razão eu estou aprendendo a respeita-los mais.

    1. Quando descobrimos que somos todos humanos em vez de servos uns dos outros, compreendemos que os outros fazem as escolhas deles e são livres para tal. Acreditar que o mundo deva nos satisfazer é o primeiro passo para a mágoa. Nossos pais são humanos e, como tais, escolhem o que fazer. No fundo não existe dever de agirem de uma forma ou de outra, eles são livres para agirem como desejarem desde abandonar os filhos, se separarem dos parceiros, cuidarem dos filhos de um jeito ou de outro, bem como escolher quaisquer coisas em suas vidas.
      Observe que ao mudarmos a nossa percepção, deixando de “eles devem agir assim (para me satisfazer)” e irmos para “eles agiram como ELES escolheram” nós os respeitamos como pessoas e deixamos de ter mágoa por aceitar a liberdade deles.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *