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Falsa lógica entre premissas

Muitas pessoas acreditam em falsas premissas e falsas lógicas. Um exemplo é:

“Um bom filho vira um bom namorado, que vira um bom marido, que vira um bom pai”.

A essência da ideia de que uma pessoa é boa em tudo é baseada na percepção dual  que o ser humano tem: a pessoa é boa ou ruim, sem meio termo. Acreditamos nisso por ser mais fácil, não por ser real porque a própria realidade contradiz essa interpretação.

No exemplo citado não tem nada a ver uma coisa com outra. As qualidades de cada função social são diferentes. Para ser um bom filho é necessário obedecer, estudar e não contestar (geralmente os pais desejam essas características). Já para ser um bom namorado ter mais determinação e atitudes são desejáveis e são características que vão contra a característica de obediência do filho. Um bom marido não deve estudar, mas trabalhar e fazer dinheiro, além de contestar quando a família sofrer injustiça e ser mais autoritário. Essas características não são as mesmas de um bom filho. Um bom pai não tem nada a ver com um bom filho: ele deve ser a autoridade, dar ordens e ensinar, exatamente o oposto de um bom filho.

Por não avaliarmos integralmente cada premissa, tomamos todas como verdadeiras por uma sê-la.

Julgamos a pessoa por um ato, não julgamos a ação em si. Então se vemos uma pessoa fazer uma coisa certa nós concluímos que ela é uma pessoa correta e faz tudo certo. Daí que concluímos que um bom filho será um bom namorado, uma bom marido, um bom pai, um bom cidadão, um bom homem, bom em tudo.

Para entender mais profundamente o assunto leia “Hipocrisia: certa ou errada? Boa ou ruim? Por quê?”

2 comentários em “Falsa lógica entre premissas”

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