Quando estamos numa situação incômoda, buscamos resolver o que nos perturba. Diante de uma impossibilidade de fazê-lo em nossa percepção, ficamos agoniados.
Nossas mentes trabalham para que o bem-estar emocional se instale da forma mais rápida possível, então, diante deste cenário, acabamos por imaginar que algo ou alguém resolverá o tal problema que nos incomoda. É a forma que achamos para ter esperança de que viveremos situações melhores, amenizando a preocupação e ansiedade do momento.
O desejo que isso aconteça é tão intenso que por vezes acabamos por acreditar que seja real, não apenas um desejo. Com isso acreditamos que pessoas boas existem, ou seja, pessoas que resolverão os nossos problemas aparentemente sem solução e que nos ajudarão, uma vez que o conceito de bom é ser prazeroso para nós.
A partir daí que pessoas caem em mentiras e golpes de que alguém lhes dará ou compartilhará dinheiro, como prêmios, ou que lhes fornecerá algo simplesmente por fazê-lo. O desejo de conseguir tal vantagem é tão grande que a pessoa não percebe a realidade, que todos desejam alguma vantagem, todos têm um objetivo. Dentro dessa percepção, qual é a vantagem ou objetivo de se compartilhar ou dar algum item, de resolver um problema alheio? Nenhum. Assim diversos golpes são feitos e muitas pessoas caem nas lábias de quem os aplica.
O desejo por uma solução externa à própria pessoa a leva a imaginar, pensar e alimentar a esperança de que assim será. É com isso que crenças em entidades, divindades, bruxaria, macumba, feitiços e outros ganham mais adeptos, bem como a crença de que as pessoas sejam altruístas, boas e querem o bem dos demais, pois as pessoas buscam algo ou alguém que resolva os seus problemas ou que tenha o controle da situação, aliviando a preocupação e ansiedade que sentem sobre uma situação ruim, que lhes causam desprazer, a qual lhes é percebida como impossível de solucionar através de suas habilidades.