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Direitos: iguais?

Muitas pessoas alegam que as mulheres possuem os mesmos direitos que os homens. Contudo, esta afirmativa é mentirosa visto que não é verdadeira. Ela reflexe o desejo de que as mulheres tenham os mesmos direitos que homens, ainda assim esta afirmativa também não expressa a verdade por aqueles que a pregam.

Os direitos “iguais” que as pessoas desejam são as regalias ou oportunidades que elas desejam e não têm e vêm os homens as tendo, porém não reflete em tudo.

Embora ajam pequenas ou pontuais exceções, de forma geral estas pessoas que desejam que homens e mulheres tenham os mesmos direitos não desejam que as mulheres voltem ao trabalho após parir um filho enquanto o pai fica em casa cuidando do bebê; elas não desejam ser tratadas como homens, usando banheiros masculinos ou celas masculinas (nas prisões); elas não almejam serem convocadas para guerras; não desejam ter mais tempo de contribuição ao Instituto Nacional de Segurança Social para poderem se aposentar como acontece com os homens; elas não querem que homens sejam as babás de seus filhos ou cuidadores de seus pais ou avós; não desejam que mulheres trabalhem levantando obras ou quebrando o asfalto; não querem que as mulheres tratem dos homens com o cuidado que eles tratam as mulheres, abrindo portas, carregando compras pesadas ou pagando as contas; dentre outros exemplos.

Quando alguém fala que deseja direitos iguais, esta pessoa se refere a um ponto exclusivo que deseja ter assim como alguém já o tenha, o que faz com que esta afirmativa seja falsa. Ela deseja um único direito igual e, muitas vezes, ainda assim está errado porque ela não deseja o direito, mas o resultado.

Um homem que possui um bom emprego e que alguém também deseja tê-lo costuma ser admirado. Este que deseja ter o mesmo emprego fala que tem o mesmo “direito” de tê-lo, contudo, para tê-lo, é preciso ter a capacitação, disponibilidade e resultados que o façam ser a melhor opção para tal emprego. Sem algum destes três pontos fundamentais para o cargo visado, a pessoa não é selecionada. Ignorando este fato fundamental, a pessoa que anseia pelo emprego apenas apega ter o direito de tê-lo tentando-se apegar ao fato de que é igual àquele que está no cargo, embora claramente não o seja. Aquele que possui o cargo tem motivos para ocupá-lo e estes são desconsiderados por quem deseja a posição empregatícia.

O ser humano costuma ter um pensamento manipulativo, dissociativo, ignorante e limitado. Motivado por desejos e medos, o pensamento é a expressão do sentimento, não de uma ideia coerente e lógica (veja mais em A estupidez humana). A pessoa usa de esquemas mentais para alterar o pensamento lógico visando ter a conclusão de que deseja, a qual é o sentimento. Então, neste caso, a pessoa alega que, por ser um ser humano tanto quanto aquele que ocupa a posição desejada, é igual a este e, se é igual, deve ter o mesmo direito. Porém, as pessoas não são iguais e todos sabem disso. Contratamos um engenheiro para fazer uma construção, não um médico; queremos um eletricista para consertar a parte elétrica de um lugar, não uma faxineira; queremos um advogado quando lidamos com o sistema de justiça, não um amigo. Nós selecionamos as pessoas mais capazes no assunto que desejamos para termos mais precisão no resultado desejado. Todas elas são igualmente pessoas, mas não a tratamos como iguais porque sabemos que não são. Da mesma forma que contratamos a pessoa que sabe mais sobre um assunto para lidar com este, os empregadores fazem o mesmo. Assim, a pessoa que ocupa um cargo foi selecionada para tal por ser a mais adequada dentre as opções, isto é, ela é diferente dos demais. Logo, a ideia expressa de “direito igual” por quem cobiça o mesmo cargo e não o tem é completamente irreal. Ela expressa uma vontade do indivíduo, num pensamento conturbado, sem lógica e que visa explicar de maneira lógica a sua vontade como se fosse um fato. São tantas manipulações, alterações de significados, dissociações e distorções associadas a termos que socialmente são bem-vistos, embora não tenha qualquer sentido com a frase feita ou o pensamento exposto, que a estrutura do pensamento (discurso) não se sustenta (veja mais em A loucura do desejo). Entre mentiras, suposições, idealizações e desejos a pessoa tenta explicar a sua vontade como se fosse um fato e todos que não entendem o que é uma ideia com estrutura lógica, um pensamento coerente ou que possuem o mesmo desejo concordam com a loucura sem sentido que a pessoa alega com toda a certeza que se pode ter.

É neste mundo de malucos, onde cada um fala algo diferente do que pensa; que pensa algo diferente do que sente; e que quase ninguém consegue compreender uma simples frase por alterar o significado das palavras usadas ao seu bel-prazer visando encaixar a realidade em sua própria crendice recheada de desejos, medos e outros sentimentos que vivemos. Uma luta infinita entre a realidade que é imposta e a imaginação que satisfaz a pessoa, deixando-a feliz.

Este é o mundo de loucos que se consideram sãos e condenam todos os que pensam ou agem diferente, ainda que estes sejam mais inteligentes e tenham pensamentos mais lógicos, porque quando estas pessoas agem assim, elas mostram a terrível realidade para os “sãos” e, para evitá-la, banir e calar tais pessoas é um método eficaz e usual para manter a prevalência de sua imaginação e loucura (veja mais em O sábio do futuro é o louco de hoje)

A própria ignorância da realidade e escolha por viver em suas crenças advindas de sentimentos prova a tolice do indivíduo, visto que ele escolhe viver em sua imaginação do que na realidade. Estranhamente esta é uma das maneiras usadas para detectar se uma pessoa é louca, contudo, quem atesta se alguém é louco ou não (se vive em sua imaginação ou na realidade) é um indivíduo que faz o mesmo, porém, talvez, numa escala um pouco menor.

Veja mais em Hipocrisia: certa ou errada? Boa ou ruim? Por quê?

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