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Como medir a inteligência?

Muitos estudos e opiniões sobre inteligência são baseados no que a pessoa que fala acredita ser inteligência. Testes de quociente de inteligência mediam um determinado tipo de pensamento quando surgiram. Posteriormente foi aceito que existem diversos tipos de inteligência, o que significa que há vários campos para se pensar.

Exames em escolas alegam avaliar a inteligência dos alunos. No entanto, são perguntas que avaliam se os mesmos decoraram a resposta correta ou adequada, não identificando suas capacidades de raciocínio propriamente.

Saber tudo sobre progressão geométrica pode não ter nenhum significado na vida de uma pessoa, o que retrata que saber tal assunto não agrega valor em sua vida. Isso significa que a pessoa investe tempo, foco, atenção e outros recursos para aprender sobre um assunto desnecessário e fazer tal investimento sem visar um resultado advindo dele não é algo inteligente ou lógico de se fazer uma vez que é desperdício de recursos. Essa situação é comum na vida de grande parte da população, senão toda ela, uma vez que não usamos tudo o que aprendemos dentro do sistema educacional formal. Ainda assim, quem se julga sabedor sobre inteligência e avaliador da mesma na população a mede dessa maneira: o quanto a pessoa decorou um determinado assunto. Alguns testes que avaliam alguns tipos de raciocínio são usados, mas por serem específicos a uma ou poucas áreas não pode ser considerado como avaliador de inteligência(s). isso significa que, apesar de diversos testes serem aplicados, nenhum serve propriamente para avaliar ou quantificar a inteligência (geral) de uma pessoa.

Já se falou que as novas gerações estão ficando burras em relação às passadas. Mas, como isso foi avaliado? As formas de avaliação de inteligência medem a capacidade intelectual das pessoas. São conhecimentos advindos de entidades acadêmicas, o que por si só já são carentes de conhecimentos de outras áreas. Ademais, com o tempo há mais descobertas e acúmulo de conhecimento, o qual é repassado para as crianças através dessas entidades acadêmicas. Isso significa que as novas gerações estudam mais, aprendem/absorvem mais conhecimento. Como é possível alegar, usando a lógica, que tais pessoas são mais burras que as gerações passadas se possuem mais respostas e conhecimento sobre o mundo sendo que isso também é chamado de inteligência?

Lidamos com diversos e constantes tipos de problemas e conflitos na vida, sendo que a maior parte deles não são estudados em nenhuma sala de aula. Como se relacionar com a mãe, com o pai, com o irmão ou irmão, com a tia que é vizinha, com um vizinho ou com uma família distante? São problemas frequentes, cotidianos, que estressam e exigem demais das pessoas e que não são abordados no ensino acadêmico.

Pessoas que possuem inteligência social para lidar com as pessoas ao seu redor provavelmente são consideradas burras por não saberem responder as perguntas de uma prova segundo as instruções acadêmicas. Ainda assim, suas habilidades sociais, que são sua inteligência social, permitem que se relacionem com outras pessoas e não tenha uma vida tão estressante. Isso significa que geram resultados promissores ao resolver conflitos e gerar bem estar, o qual é o objetivo das pessoas.

Talvez uma maneira de medir a inteligência de uma pessoa possa ser medir a sua felicidade ou satisfação ou avaliar quantos problemas ou conflitos na vida ela consegue resolver. Em suma, se o propósito da vida é ter satisfação, medir a capacidade de gerar essa satisfação é uma maneira de avaliar a inteligência de uma pessoa.

Se uma pessoa está satisfeita com a vida que tem significa que suas habilidades são suficientes para lhe render uma vida satisfatória seja por conseguir um emprego que ganhe o que satisfaz, por conciliar as áreas da vida de maneira a manter o equilíbrio, por ter o carro ou casa que deseja… por conquistar o que deseja. Ter ou desenvolver muita inteligência sem o propósito de usá-la ou sem usá-la de fato é um desperdício ou burrice já que investe nela sem desejar ter resultado com isso.

Por outro lado, há as pessoas insatisfeitas, que são quem desejam e não conseguem alcançar o que desejam. As incapacidades ou falta de inteligência(s) para planejar e executar o plano visando conquistar o objeto de desejo deixa claro a falta de inteligência para criar a própria insatisfação. Para estas, aprender mais numa escola não afetará suas vidas porque o conteúdo acadêmico é somente complementar uma vez que é preciso saber sobreviver para viver e, só então, estudar de maneira formal. Desta forma, a inteligência para sobreviver mostra-se fundamental.

Há pessoas com diversos diplomas e uma vida amarga, regada a conflitos, brigas, excessos e outros problemas que mostra que conhecimento acadêmico não faz ninguém ser inteligente o suficiente para criar uma vida feliz ou satisfatória. Também existem pessoas que são ao contrário: não possuem muito conhecimento acadêmico, porém possuem grande inteligência nas áreas que usa na vida. Empreendedores de sucesso sem diplomas são exemplos desse tipo de pessoa, bem como anônimos que vivem bem em suas rotinas desconhecidas pela grande população.

Não é uma questão simples, mas complexa já que todas as inteligências se intercomunicam resultando na ação que a pessoa exerce. A união das diversas inteligências também é uma inteligência: é saber usar todas as ferramentas disponíveis para alcançar o objetivo. Dessa forma, avaliar o quão satisfatória a pessoa está em sua própria vida medindo os desejos e realizações pode ser uma avaliação melhor do que as convencionais.

A questão que aparece com esse tema sem que seja notada é: por que desejamos medir a inteligência? Será que desejamos tanto tê-la que queremos quantifica-la para avaliar se alcançamos as nossas próprias expectativas neste quesito?

 

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