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Amor de mãe

Amor de mãe é incondicional? Não.

Amor de mãe é condicional à condição de mãe. Isso significa que ama o filho pelo simples fato de ser filho. Se a pessoa (espírito/personalidade) não fosse seu filho não seria amado por esta pessoa que é sua mãe.

O amor de mãe é o instinto materno, o qual protege e cuida do filhote por motivos fisiológicos.

É possível desenvolver instinto materno sem influência fisiológica. Sentir pena e afeição por bebê, por exemplo, mostra este instinto sem a fisiologia. Esse sentimento não é suficiente para ter um instinto forte o bastante para ser considerado instinto materno ou amor de mãe, mas é o primeiro passo para se importar com um bebê e cuidar dele, o que é essencial no instinto materno.

O instinto materno colaborou e colabora para a manutenção e expansão da humanidade já que é por causa dele que adultos cuidam de filhotes o suficiente para que estes se tornem adultos também, somando mais um indivíduo à humanidade.

Mas esse amor de mãe, além de ser possível de desenvolver sem influência fisiológica da gestão, também não é à prova da gestação. Há mulheres que engravidam e não desenvolvem esse instinto. Portanto esse instinto não é derivado unicamente da influência corporal. Há quem adote (sem influência corporal) e há quem abandone, maltrate ou não cuide (também sem a influência fisiológica).

A influência fisiológica colabora para o desenvolvimento deste instinto, mas não é o único fator que o cria. Por ser comum muitas  pessoas acreditarem que as mães (todas) cuidem de seus filhotes, mesmo sabendo de diversos exemplos que não seguem esta “regra”.

Muitas vezes não queremos acreditar que seja um instinto porque desvalorizamos os instintos. Por ser um sentimento forte acreditamos que seja algo mais forte, com mais valor do que um simples instinto. Com esse preconceito concluímos não ser um instinto, mas algo mais sublime ou divino.

O fato de ser instinto não faz perder o valor ou importância. Ser instinto é apenas a classificação/significado da palavra, uma vez que não controlamos e  é quase inato do ser humano. Ser forte ou fraco é a classificação da intensidade do instinto. Ademais, instinto não é bom ou ruim, apenas é, ou seja, é um fato. A opinião de quem julga é que leva em consideração o que acredita ser bom ou ruim, acredita que instinto não seja forte o suficiente para ser considerado como suficiente/divino/desejável.

A questão é que desejamos tanto sermos amados por nossas mães que acreditamos que isso seja um fato, um acontecimento obrigatório. Essa crença serve para satisfazer a nossa vontade/necessidade de querermos ser amados. Ela não é advinda da realidade, apenas de desejos. Veja A confusão de um pensamento  e Por que confundimos desejo com realidade?

1 comentário em “Amor de mãe”

  1. Pingback: A presunção da consciência – Filosofia 21

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