Muitas pessoas reclamam da vida por não estarem satisfeitas. Comumente selecionam alguém ou algo para responsabilizar por suas insatisfações por isso aliviar o próprio peso de culpa, de não ter feito melhor, e para então usar da estratégia do vitimismo para conseguir o que deseja através de uma indenização, que é o que de fato buscamos.
Dessa forma competimos uns com os outros para descobrir quem sofre mais, ou seja, quem merece mais indenização e ajuda. O objetivo não é sofrer, mas ganhar a atenção da sociedade para que essa lhe satisfaça e prova disso é que ninguém se vitimiza se não há possibilidade de ganhar algo. Quem aprecia expor os seus fracassos e humilhações somente para se lastimar ainda mais sem qualquer possibilidade de ganho? A estratégia é justamente aparentar (mostrar) insuficiência para alcançar os seus desejos, muitas vezes ditos como direitos, para que outras pessoas sintam pena (dó) e façam por esta pessoa incapaz. É como cuidar de uma criança: ela não consegue se manter por si mesma e por dó nós a ajudamos. A diferença é que em adultos lidamos mais com a parte psicológica, emocional e social enquanto que a criança também avaliamos a parte prática, isto é, se ela realmente não for cuidada ela não aguentará e sucumbirá fisicamente.
A questão que surge é: se somos mesmos responsáveis por satisfazer quem não consegue, quem será o responsável por nos satisfazer, uma vez que nós também temos necessidades? A resposta dessa pergunta está em branco.
Quem vive neste estilo de vida são pessoa que alegam que o altruísmo é bom, bonito, necessário, importante e benéfico. É claro que para elas o altruísmo é isso tudo, pois elas dependem exatamente do altruísmo alheio para conseguir o que desejam, já que não fazem por si mesmas. Quantas dessas pessoas alegam que o altruísmo seja bom e trabalha de graça, faz doações, vive para os outros, abre mão de si mesmas para ajudar os demais? Isso mostra como o “altruísmo” na verdade é egoísmo.
As pessoas que vivem assim são uma massa da sociedade que exige que os demais devam servi-las. Elas criticam todos que possuem mais do que elas e não repartem, enquanto elas mesmas não dividem suas produções; criticam o lucro de grandes empresas enquanto trabalham para ter o seu próprio lucro (salário) e pesquisam preços dos produtos para pagar menos e ter o mesmo resultado (lucro); falam como as pessoas devem ser e possuem um discurso altamente simpático para seus semelhantes enquanto que por dentro do grupo íntimo as suas palavras não possuem nenhum significado; alegam que alguém (ricos, poderosos, governos ou outros) deva arcar com os seus prejuízos de não ter uma escolaridade, emprego, casa ou outra coisa que deseje… O padrão é o mesmo: busca tirar do outro em vez de produzir (ou aprender a produzir).
Elas estão tão focadas em si mesmas, em suas necessidades que não pensam em nada além disso. Daí que a resposta de todos os problemas seja “tira de quem tem e dê para quem não tem”sem pensar no que isso pode causar. Assim surge a ideia de que para tirar o país da miséria deve-se tirar de quem tem mais. Mas isso não é desvalorização? Afinal, quem tem mais é porque construiu e produziu mais. Por que essa pessoa não teria o direito de usufruir de suas habilidades concretizadas? A resposta delas será: “altruísmo. Devemos nos ajudar.” Acontece que isso significa “egoísmo, alguém deve me ajudar/dar porque eu quero”.
Essa massa de pessoas cria belos discursos e idealizam o ser humano para instituir o altruísmo porque ela depende disso. Já que não conseguem se satisfazer por elas mesmas precisam de outros artifícios para convencer outros a fazer por elas e o meio mais comum é o social. A partir daí que inicia a ideia de boa moral e que devemos ser bons uns para com os outros. Ela também usa muito de técnicas sociais para manipular o outro a fazer o que ela quer, desde chantagens emocionais, indiretas, sutil ameaças e outras. Quando não convence o outro fica furiosa e acha que o outro é mau porque escolheu não satisfazer as suas vontades. Assim a sua percepção é de que o outro é ruim, mau e errado, alguém que não tem boa moral e não bom e, portanto, é um problema social. A rixa vira briga e a briga pode se tornar uma guerra pessoal ou entre grupos sociais, mantendo essa estrutura:
Você não me serve→ você é mau
você é mau→ deve ser eliminado
GUERRA
Enquanto a sociedade se focar em quem tem menos e que estas pessoas devem ser amparadas o grupo social produtor será escravo dessas pessoas. Por outro lado essas mesmas pessoas criticam a servidão e escravidão porque elas se sentem assim, já que não se sentem livres para fazer o que desejam, mas precisam se humilhar e pedir para conseguir. Então a escravidão é ruim quando elas são as escravas, não quando elas mandam nos demais.