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A dor da morte

Depois de uma vida usando os sentidos do corpo físico e fazendo deles a orientação, muitas vezes sendo o sentido da vida, a morte nos abraça com a novidade da grande mudança.

Todos esses sentidos, prazeres e desprazeres se vão junto com o corpo. Para quem está acostumado a este perde-lo realmente é um tormento. Como viver sem sentir? Como não sentir prazer ou sequer ter a possibilidade de tê-lo? A dor de não sentir e não ter esperança de poder sentir em algum momento, ainda que mais adiante, é a dor de uma pessoa com depressão que se sente morta. Não sentir é a maior agonia que alguém pode experimentar.

Apesar de parecer que não tem como sentir sem o corpo, nós temos outras percepções que nos permitem sentir sem ele. Sentimentos são exemplos disso. Podemos sentir amor, tranquilidade, ódio ou raiva sem termos um corpo físico e estes sentimentos nos orientam a agir de forma específica porque nos geram prazer de alguma forma. Então, apesar de não termos mais um corpo, podemos sentir através de outros receptores e os sentimentos e as emoções são resultado da ativação desses.

Fome, sede, tesão, frio, calor… Sensações físicas, advindas exclusivamente do corpo deixam de fazer parte de nossas “vidas”. Apenas os seus resquícios permanecem quando os levamos para a nossa alma. Isso acontece quando usamos de tais prazeres para satisfazer a alma e criamos uma confusão. Comer por vontade, não por necessidade unicamente fisiológica, faz com que a nossa alma se “acostume” ao prazer advindo da alimentação. Assim ela se satisfaz e a perda do corpo gera um tormento, uma vez que não se pode mais comer e obter este prazer. O mesmo vale para os demais prazeres vindo do corpo. Eles são necessários ao corpo, não à alma. Quem se acostuma ao prazer corporal como fonte única de prazer sente o tormento de não mais poder obtê-los após a morte do corpo. Por isso é importante nutrir a alma com sentimentos e aprender a usar os outros receptores não corporais: após a morte eles passam a ser a única fonte de satisfação.

Além disso nos dá satisfação enquanto estamos vivos abrigados e ligados ao corpo e prova disso é que prazeres não físicos são percebidos como relaxar a mente, apreciar bons momentos com quem se gosta, ver belas imagens, criar pensamentos que gerem mais satisfação, alegria e prazer….

 Embora tudo isso passe pelo corpo (existem componentes fisiológicos), outra parte não é fisiológica e esta permanece conosco após a morte.

Pessoas mais apegadas ao mundo material/corporal são as que mais sentem medo da morte porque temem se separar de suas fontes de prazer. As pessoas mais tranquilas e com menos conflitos internos são as que menos temem a perda do corpo exatamente porque sabem criar a própria satisfação. A morte será uma mudança que necessitará de adaptação, mas não será um castigo.

 

Desenvolva-se emocionalmente! Você terá bons resultados neste mundo e no outro.

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