Não controlamos o que sentimos. Controlamos o que fazemos. Ainda assim o controle é parcial.
As emoções intensas nos controlam assim como a nossa falta de conhecimento. Agimos por impulso ou instinto (emoção intensa) ou agimos sem perceber que agimos (desconhecimento). Apesar de não controlarmos (termos consciência), as nossas ações geram reações e resultados, os quais nos afetam, sendo este o motivo de desejamos termos o controle. Queremos o controle para controlarmos os resultados para que, assim, possamos sempre criá-los positivos e tê-los a nosso favor (gerar sensação de bem estar; prazer; satisfação).
Por conta disso buscamos o poder sempre, não só em nós, mas nos demais, afinal, controlando-os poderemos controlar o que fazem e os resultados de suas ações que nos afetam.
Acontece que temos vários sentimentos e muitas emoções. Quando nos referimos a controle normalmente queremos dizer “agir contra a emoção” porque os resultados de ações estimuladas pelas emoções não são o que desejamos. Assim, ao agir contra nós mesmos (nossas emoções) sentimos que temos o controle, embora não nos sintamos bem por não fazermos o que temos vontade, que é o que a emoção nos sugere/incentiva a fazer.
Viver dessa forma é viver em alerta, procurando qualquer sinal de perda de controle. É o consciente desejando dominar e decidir tudo. Mas como a maioria das coisas que acontecem são feitas de maneira inconsciente (sem que compreendamos ou sem que percebamos), vivemos em alerta para todos esses acontecimentos visando controlá-los assim que possível.
Quando nos sentimos bem conosco, compreendemos como o mundo funciona e que ninguém é responsável por nossa felicidade, deixamos de buscar o controle e passamos a não viver em alerta para nos controlarmos.
Isso também acontece quando desenvolvemos sentimentos que nos levam a ter comportamento que julgamos ser bom. Portanto, não há necessidade de controle e nos sentimos bem.
O fato é que quando aceitamos quem somos realmente abrimos mão do controle e aceitamos o fluxo, isto é, não brigamos com nós mesmos para impor um determinado comportamento sobre a nossa vontade (vinda do estímulo emocional). Isso faz com que não fiquemos em alerta, o que diminui o estresse, e nos traz bem estar, já que não precisamos brigar com nós mesmos.
Em todos estes casos não há controle emocional porque não controlamos o que sentimos. Há controle comportamental, ainda assim, somente quando temos capacidade de fazê-lo.