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Certo ou errado?

O mundo não é feito por certo ou errado. Ele é feito por fatos. Estes são julgados como certos ou errados por pessoas, de acordo com o pensamento, compreensão e desejo dessas.

Quando algo acontece e nos é benéfico, nos gerando algum prazer, consideramos como bom e certo. Caso nos incomode, consideramos como errado. Dessa forma, a perspectiva de certo ou errado nada mais é do que a opinião da pessoa sobre o evento, isto é, como ela se sente sobre o acontecimento.

Quando desejamos algo, seja uma atitude, uma lei, uma restrição ou qualquer outra coisa, consideramos certo tudo que corrobora para que tal coisa aconteça. Da mesma maneira, consideramos errado tudo que vai contra essa nossa vontade.

Daí concluímos que uma pessoa seja errada quando faz coisas que não gostamos ou não queremos e uma pessoa seja certa quando toma atitudes que desejamos. Os julgamentos sobre pessoas costumam ser dessa forma, mostrando como nós nos sentimos em relação às atitudes dos outros.

O julgamento sobre certo ou errado também pode ser feito baseado na empatia ou compreensão. Quando alguém faz algo que não gostamos, rapidamente julgamos como errado. Contudo, quando compreendemos as motivações alheias para ter tomado determinada atitude, nós acabamos por amenizar o nosso julgamento sobre o outro. Em vez de logo alegar que o comportamento fora errado, falamos que compreendemos e, muitas vezes, até defendemos a atitude adotada pelo outro, ou seja, não consideramos tão errado assim.

As pessoas que agem de forma “errada” são passíveis de serem punidas ou repreendidas. É uma maneira de mostrar que não gostamos e não aceitamos a sua conduta bem como é uma maneira de alterar o seu comportamento. Se podemos ser punidos, recebendo desagrados e incômodos, por uma atitude que outras pessoas não gostam, tentaremos evitar ter tal atitude para que não tenhamos nenhum prejuízo. Não mudamos o nosso comportamento porque consideramos errado, mas porque não queremos o resultado negativo deste. Esta é uma maneira de estimular as pessoas a agirem de forma “certa”.

Nós julgamos o mundo de acordo com o que nós desejamos e sentimos. Se gostamos e nos sentimos bem, julgamos como correto, caso contrário, julgamos como errado. É com este pensamento que concluímos que o mundo possa estar errado, caso ele nos desagrade, e como ele deve ser (certo), alegando o que deve ser alterado (para nos beneficiar) ou concluímos que o mundo esteja certo, se este nos alegra e nos satisfaz.

 

O mundo não é bom ou ruim, ele é. Objetos e fatos não possuem opiniões ou sentimentos para caracterizar serem bons ou ruins. As pessoas que emitem opiniões sobre si mesmas e dizer que algo seja bom ou ruim é mostrar como a própria pessoa se sente em relação a esse algo.

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