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A pluralidade de um indivíduo

Há quem pergunte o que leva uma pessoa ser má ou egoísta, maltratando os outros. Nesta perspectiva, pressupõe-se que as pessoas são boas e algum evento negativo as impacta o suficiente para que sejam maldosas. Mas, e se a pergunta for ao contrário? O que leva uma pessoa ser mais empática, carinhosa e preocupada com as demais? Já neste caso pressupõe-se que as pessoas nascem ruins e serem bem tratadas as tonam pessoas melhores para convívio social. Afinal, qual das premissas e argumentações são as reais?

As experiências pessoais, principalmente as emocionais, contam bastante para que uma pessoa aprenda e se sinta mais a vontade ou mais arisca, afetando o seu comportamento para mais agressivo e egoísta ou para mais empático e amigável. Talvez não seja a infância infeliz que faça a pessoa ser ruim, já que há várias pessoas tidas como boas e que tiverem várias tragédias em suas vidas. Ao mesmo tempo, há pessoas ruins que tiveram infâncias tidas como boas e salutares.

Somos organismos complexos e não binários. Sofremos diversas influências além de tomarmos as nossas decisões. Não é uma situação ou outra que faz com que sejamos de um jeito ou de outro, mas uma enorme coletânea de perspectiva pessoal, desde como nos sentimos, o que desejamos, como somos tratados e como acreditamos que o mundo seja ou deva ser. Ademais, como dito, nós mesmos tomamos decisões, que geram consequências e resultados, os quais nos afetam também. Somos agentes passivos e ativos de nossas vidas, conscientes e inconscientes ao mesmo tempo.

Julgar um momento como motivo ou razão para uma pessoa ser como é não é apenas um equívoco, mas um grande erro grotesco por desconsiderar todos os demais. Podemos aumentar a nossa compreensão sobre a personalidade do outro através dessa análise, percebendo que uma situação influencia mais ou menos que as demais, contudo, culpar um único evento por uma característica de personalidade de alguém é o resultado de vários equívocos.

Embora todos nós tenhamos pelo menos um nível de comportamento e análise restrita assim, a maioria das pessoas que agem dessa forma se preocupam mais em julgar e condenar o outro do que de entender além de serem pessoas com baixa capacidade de análise crítica. O seu objetivo é de se agregar a pessoas similares e afastar aquele que sofre o seu julgamento, seja por penas legais ou regras sociais implícitas porque manterem-se vinculadas ao grupo de apoio lhes é mais importante do que compreender o indivíduo que não segue as suas normas.

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