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Empatia

Empatia é a habilidade de saber, conhecer ou entender o que o outro sente. Quando percebemos que o outro sofre e temos empatia, nós também sofremos e ficamos desconfortáveis. Para diminuir ou acabar com tal sensação, buscamos aliviar ou resolver o problema que angustia o outro para, então, amenizarmos o nosso próprio desconforto. Este é um dos motivos pelo qual as pessoas se ajudam.

Quando vemos outra pessoa numa situação de penúria, nos sentimos numa situação melhor que ela e, ao nos compararmos, nos sentimos melhor que ela. Assim, temos pena da outra pessoa por não ser tão felizarda quanto nós.

Muitas pessoas acham estranho ter emoções “antagônicas”, como mencionai. Acontece que interpretamos o mesmo fato de formas diferentes e cada uma gera uma interpretação e conclusão. Como explicado acima, é possível sentir incômodo pelo sofrimento alheio e se sentir melhor do que a outra pessoa ao mesmo tempo. Embora seja antagônico, cada emoção aparece como resultado de uma análise sobre a mesma situação.

Quando sofremos ou sentimos muita dor, o desespero toma conta e não conseguimos nos focar me mais nada. Neste momento ficamos mais egocêntricos e egoístas e buscamos por alguma cura ou remédio para aliviar a angústia. Quando analisamos a parte física conseguimos compreender que uma pessoa que sente uma dor atroz não consiga pensar em nada além de uma forma de saná-la, contudo isso também acontece no campo emocional.

Quem sofre não consegue olhar para outra pessoa, apenas para si. Essa pessoa deseja a empatia do outro para que este a ajude a reduzir o seu sofrimento, conforme explicado primeiramente. Por isso tantas pessoas querem empatia, mas não são empáticas. Estas pessoas alegam haver necessidade de “consciência social” para que outras pessoas sanem as suas angústias ou resolvam os seus problemas. É uma maneira de distorcer a realidade para que o seu egoísmo não apareça tão evidentemente, pois o ser humano condena tal comportamento.

Conseguimos ter empatia por pessoas que sofrem com o que nos incomoda ou incomodaria, mas não sentimos por pessoas que possuem o que desejamos ter porque acreditamos que, se elas possuem o que acreditamos que nos trará ou traria alegria, elas são satisfeitas e, portanto, não há motivo de insatisfação, angústia, padecimento ou sofrimento. Assim, temos pena de quem está em condições que julgamos inferiores às nossas e não entendemos quem tem mais do que nós. A empatia se dá de cima para baixo, como se estivéssemos no alto e o outro embaixo.

4 comentários em “Empatia”

  1. Achei interessante a análise da empatia, da perspectiva final, “de cima para baixo”. Nunca havia pensado nesses termos. Porque nós sentimos empatia não apenas pela realidade “trágica” ocorrida a alguém, mas também pela mera possibilidade, isto é, só de imaginar o pior a alguém querido, ou alguém que de algum modo me faz sentir empatia.

    Eu sempre pensei que a empatia só se dá entre iguais. Claro que, talvez, o seu ponto do “de cima para baixo” orbite o âmbito circunstancial, situacional. Uma pessoa está numa condição inferior, ruim etc. temporariamente, e alguém que “normalmente” é um igual a ela, que agora está circunstancialmente melhor, sente empatia, por tudo o que você descreveu: se vê no lugar do outro, e não gosta de se ver assim.

    A empatia é, de certa forma, um sentimento muito egoísta, pois só conseguimos pensar, sentir etc. como o outro, quando de alguma forma nos colocamos “nele”, na sua situação, no seu lugar, sendo ele. Em outras palavras, um eco constante provindo dos abismos do eu. Eu preciso ser o outro para que ao torná-lo “eu”, eu aja em seu favor. Há um pouco de narcisismo nisso também, me parece.

    Somos criaturas estranhas.

    1. É muito difícil aceitar sem entender. Por isso criticamos. Quando entendemos deixamos de criticar. A crítica revela que não entendemos e por conta da incompreensão acreditamos que fosse possível fazer diferente, ou seja, mostra a nossa revolta (não aceitação agressiva) sobre algo porque acreditamos que fosse possível não sê-lo como é.

  2. Julio Cesar Ferreira Rabelo

    Eu já li e pensei a respeito. Acho que só dá pra ter empatia também por quem sofreu ou passa pelas mesmas situações que a gente. O outro sentimento, positivo no caso, é a simpatia ou a compaixão. Que não exige que tenhamos necessariamente passado pelos mesmos problemas que o outro.

  3. Pingback: Empatia: base da sociedade humana – Filosofia 21

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