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O luto pela perda do monopólio

A televisão era a fonte de notícias. Agora há mais liberdade porque há outras fontes de notícias e cada pessoa procura uma fonte que ofereça informações de assuntos que lhe interessam.

O mesmo vale para os estabelecimentos de ensino, que eram locais detentores de conhecimentos. Agora há mais opções e pode-se aprender mais e sobre mais assuntos do que antes por vias diferentes.

Não precisamos mais de uma escola, cursos ou universidades para aprendermos. Temos mais liberdade. Há mais opções, assuntos e formas de adquirir conhecimentos.

A liberdade nos dá mais opções. Mas a consequência desta liberdade especificamente é que o que era importante antes perde a relevância. Televisão e locais educacionais já não têm tanta importância porque perderam o monopólio de informações. Dificilmente serão ignorados totalmente porque possuem nicho específico que não é coberto pelas novas opções. Contudo, já não possuem o monopólio do mercado do conhecimento ou de informações.

Agora mais pessoas têm acesso a informações e conhecimentos e os antigos detentores restritos destes precisam competir mais para ganhar atenção do público.

A reação desesperada para reestabelecer o domínio é igual a uma pessoa apaixonada que faz de tudo para conseguir a atenção e afeto de que diz amar. Insulta e humilha os outros, visando aumentar a sua importância social; criam formas de alegar que eles são os detentores da verdade e são de confiança, enquanto que as demais fontes são suspeitas, mentirosas ou ruins; criam certificados para ganhar respeito e admiração social, como se fossem os mais importantes; usam de linguagem diferenciada para restringir o seu acesso e simbolizar poder e superioridade, visto que falar difícil é tido como um símbolo de alta cultura; e usam de outros métodos, sempre tentando provar ser melhor do que a concorrência sem de fato provar resultado de sê-lo.

Loucuras e insanidades são feitas pelo apaixonado para reaver a pessoa querida e até matar por amor é uma história real, demonstrando o intenso desejo de reaver o outro e a falta de aceitação de perder a sua presença para outra pessoa.

Intrinsecamente a pessoa não aceita perder quem ama para outra pessoa e, para evitar que isso aconteça, a própria pessoa mata quem ama para não viver o luto de ver quem ama com outra pessoa, pois isso lhe é tremendamente doloroso.

Será que a televisão está “matando por amor”?

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