Não é possível ter satisfação num relacionamento onde não gosta do que se faz para ter o resultado que não se deseja.
Como um professor que não deseja ensinar pode gostar de ensinar alguém que não deseja aprender? Mesmo que o professor goste de ensinar, fazê-lo com alguém que não deseja aprender ou prestar atenção em seus ensinamentos é desmotivante. Portanto, praticar a profissão dessa forma não é agradável.
Talvez o problema da educação não seja os ensinamentos oferecidos, ou as táticas usadas, mas juntar pessoas que não querem fazer o que estão fazendo.
O desinteresse é um forte desmotivador. Um estudante que estuda por obrigação, uma vez que haja imposição, seja dos pais ou do governo, em vez de desejar estudar porque deseja ou gosta do estudo já não utiliza todo o seu potencial para aprender. O resultado é um aprendizado lento e muita insatisfação na vida. Com isso já cria a ideia de que a vida seja ruim ou difícil, porque o que ele faz já é sentido dessa forma.
O mesmo vale para quem trabalha com o que não gosta ou não deseja. A pessoa não investe na sua tarefa o que acarreta em fazê-la mal feita. Por não otimizá-la, o resultado já não é tão bom quanto poderia ser, o que causa frustração. A pessoa se senta insatisfeita pelo desprazer de fazer o trabalho com o qual se compromete e se frustra novamente por não ter o resultado que lhe agrade o suficiente.
Se pensarmos bem, a ideia de que trabalho seja algo ruim, forçado, obrigatório ou necessário e que a vida seja difícil e desgostosa começa com a base, na escola, onde a pessoa é obrigada por lei a fazer o que não gosta e não quer para ter o resultado que ela não almeja (ter conhecimento). Qual criança deseja aprender ou ter conhecimento? Talvez tenha, mas a maioria não deseja isso.
A criança se sente presa ao não poder fazer o que deseja e cresce dessa forma, acreditando que isso seja o normal e, por ser normal, deve ser o correto e, por isso, deve manter. Então a criança cresce e mantém a mesma visão sobre a vida, de que deve fazer algo que não gosta, sentindo presa e obrigada a fazer o que não gosta. Com esta visão sobre a vida, aceitar um emprego que não a satisfaça ou não sair deste são o resultado desta percepção de mundo que desenvolveu durante a fase infantil.
Questionamentos:
Por que precisamos aprender?
O quê devemos aprender?
Quem decide o que nós devemos aprender? E por que escolhem o que devemos aprender?
Por que não podemos aprender por nós mesmos, selecionando o tema que nos agrada?
Por que alguém deve nos ensinar, aceitando ser passivos em nossas próprias vidas, como se não fôssemos capazes de fazer as nossas escolhas ou como se não pudéssemos aprender a fazê-las?
Todas essas perguntas mostram como não temos a liberdade de fazer o que desejamos, como aceitamos ser passivos e como alguém escolhe o que nós fazemos. Portanto, tudo isso mostra como nós não somos livres e como somos usados por e para aqueles que criam todas essas regras que nos limitam.
Se desejamos aprender algo que é seletivamente escolhido por terceiros, então desejamos que estas pessoas escolham e decidam por nós, deixando claro que não desejamos a liberdade de podermos escolher por nós mesmos, mas que alguém faça por nós. Isso mostra que contribuímos para sermos dominados e limitados ao escolhermos sermos submissos ao incentivar e pedir que alguém nos domine.
Questione-se para achar respostas e entender. A compreensão auxilia a fazer escolhas mais sábias que geram resultados mais satisfatórios.