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Uma vida cega

Manter o equilíbrio com um pé é difícil e cansativo. Mais fácil é se apoiar em dois.
Manter-se parado é cansativo, mais fácil é andar, trocando de apoio entre os pés.

Aprender a andar requer atenção. É um desafio e novidade. Após aprender, torna-se automático e fazemos sem perceber. Andamos sem pensar.

Da mesma forma, fazemos isso com os hábitos, que são comportamentos repetitivos sem que tenhamos consciência ou prestemos atenção. Apenas observamos os resultados quando estes nos chocam.

Quando são bons, ficamos gratos e achamos que algo ou alguém nos deu.

Quando são ruins, ficamos chateados e frustrados, e achamos que outrem foi o responsável.

Em ambos, por não percebermos a nossa participação na criação da situação, a outorgamos a outrem.

É dessa forma que fazemos o que “não queremos” ou “não escolhemos”. É assim que vivemos uma vida que “nos leva” ou “nos conduz”. É assim que somos passivos em nossas próprias vidas.

É a falta de consciência sobre nós que nos leva acreditar que somos produtos do meio, da sociedade, do tempo ou de qualquer outra coisa, pois se não controlamos, achamos que somos controlados e, portanto, não somos os responsáveis.

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