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O aumento do gene da feiura na população

Com a possibilidade de mascarar a feiura através de maquiagens cada vez mais sofisticadas e belas, muitas pessoas aparentam ser belas por colocarem muitos pigmentos no rosto e corpo. Roupas, sintas, sapatos, acessórios e tudo que pode ser usada do para aumentar a beleza ou esconder a feiura é usado muitos criando pessoas que, aparentemente são belas, mas que, geneticamente, são feitas.

Conquistando parceiros e parceiras através dessa mentira que faz muitas pessoas felizes (todas que vêm tal beleza inclusive a própria pessoa ao se olhar), elas procriam e geram descendentes que possuem parte de seus genes, que não são alterados com as mentiras visuais.

Quando não há opção para se mostrar belo, a beleza inata, que o corpo possui por si mesmo, as pessoas que são mais bonitas possuem mais chance de conseguirem algum parceiro e se acasalarem tendo maior probabilidade de ter filhos e passar seus genes. Com a maquiagem, essa seleção natural se perde e pessoas que são feias, mas que fingem serem bonitas, conseguem se reproduzir mais ou tanto quanto as pessoas que são “genuinamente” bonitas gerando uma prole que detém os genes que as fazem ser feias.

Em um contexto aparentemente superficial como a beleza física citada, mostra que este comportamento advindo da tecnologia muda completamente a seleção natural prejudicando a sociedade futura. Mas a tecnologia não está somente em cores e texturas para corpos, mas em muitos outros lugares.

Medicamentos aumentam a expectativa e qualidade de vida de muitas pessoas doentes permitindo que elas procriem e tenham filhos levando seus genes defeituosos que colaboram para a piora da sociedade no aspecto orgânico tal como a tecnologia que esconde a feiura. Diabéticos, cardiopatas, doentes mentais, doenças nas articulações e outras tantas doenças que são curadas, tratadas ou revertidas com tecnologias medicamentosas, terapêuticas, holísticas e cirúrgicas favorecem a chance de doentes terem filhos passando seus problemas orgânicos adiante e, assim, uma sociedade mais doente e que precisa cada vez mais de intervenções tecnológicas.

Quando o ser humano avalia e estuda uma espécie, enxerga a complexa dinâmica entre os indivíduos como uma parte de um todo dentro de um ambiente. Os indivíduos são analisados sem serem influenciados com melhorias ou cuidados advindo de humanos e, estando doente ou machucado, ele permanece como está. O ser humano avalia o indivíduo no contexto da espécie e sem empatia conclui que a morte de indivíduos doentes, fracos e machucados seja normal e desejável para a espécie porque apenas os melhores sobrevivem e estes geram descendentes com seus bons genes. Contudo, ao avaliar a espécie humana, o ser humano não consegue se ver de fora, apenas de dentro. Então, sentimentos para com os seus semelhantes aparecem e a sua conduta de cientista como observador, coletor e processador de dados fica comprometida.

O ser humano não enxerga outro ser humano como um indivíduo parte de uma espécie, mas como alguém (com valor maior do que de um simples “indivíduo”) que precisa de ajuda. O ser humano tenta ajudar os fracos, doentes e feridos impedindo a bela seleção natural de agir tal como em espécies diferentes. Enquanto o ser humano enxerga a luta e morte de indivíduos em outras espécies como normal e necessárias à melhoria da espécie através da procriação de indivíduos mais adaptados, na própria espécie ela faz de tudo para essa seleção que julga ser tão boa não existir.

Um dos primeiros resultados dessa falta de seleção natural no homo sapiens é redução de mortes através do desenvolvimento da medicina que favoreceu o aumento da população da espécie. Com muita procriação e menor taxa de mortalidade, a humanidade deixou de manter o seu número para elevá-lo rapidamente a uma dimensão estranha por ser tão grande. O resultado disso é o excesso de pessoas que gera outros problemas e, para evitá-los, a redução da natalidade passou a ser o próximo objetivo.

O ser humano busca a melhoria de vida para os indivíduos, não a melhoria da espécie. Diferente dos demais animais ou outros reinos onde somos a favor da seleção natural e do comportamento natural e selvagem enxergando o indivíduo como parte de um todo o qual nos é importante, em nossa espécie enxergamos o indivíduo como um todo e, portanto, é ele quem deve ser assistido e ter ajuda. Por quê?

Porque nós somos os indivíduos. Nós queremos o melhor para nós, não para a população, exceto se o melhor para a população nos cause algum bem-estar. Neste caso, queremos o melhor para a população, mas nunca abrindo mão de nós por ela (eles-outras pessoas). Queremos remédios que acabem com as nossas dores, cirurgias que salvem nossas vidas e tratamentos que sanem nossos problemas. Não estamos preocupados com os próximos indivíduos da espécie ou como a população humana será no futuro porque nós nos preocupamos conosco, não com os outros. Queremos o melhor para nós e estamos no presente, não no futuro.

Por isso não queremos a violência que é inata ao ser humano. Não queremos ser alvos da violência. Não queremos lutas, brigas ou mortes porque não queremos as consequências negativas de nada disso e, visando essa alteração do comportamento natural da espécie por nos favorecer, criamos regras e leis estabelecendo serem condutas erradas e puníveis.

Não conseguimos olhar para nós de forma externa ou ignorar a nós mesmos (nossos sentimentos, emoções, pensamentos, comportamentos…), por isso que estudar o próprio ser humano é tão difícil. estudar leões, baleias, formigas, abelhas, plantas, fungos e outros é mais fácil porque depende unicamente de nós: da nossa habilidade de observar, avaliar e compreender o que acontece com o outro indivíduo e outra espécie. Ao voltarmos para nós mesmos, não conseguimos excluir da nossa habilidade de observar, analisar e avaliar as nossas próprias emoções. 

Queremos tanto que o ser humano seja uma espécie bondosa que simplesmente afirmamos que é e, a partir dessa “conclusão” buscamos provas para embasar essa nossa opinião. Assim, os próprias estudos sobre os humanos estão repletos de manipulações, conscientes ou não, para que consigamos provar que estamos certos enquanto os estudos sobre outras espécies são mais fáceis de serem imparciais. Ainda assim, quando o pesquisador gosta muito de uma espécie, ele é tendencioso e busca uma maneira de conseguir evidências de que a espécie é como ele acreditar ser. Embora haja manipulações, abrir mão da crença sobre outra espécie é muito mais fácil do que abrir mão sobre a própria espécie porque ao analisar a outra, é mais fácil nos separarmos dela e vê-la como a outra que não nos influencia. No entanto, isso não é possível ao analisar a humanidade.

Imersos na própria humanidade, o ser humano depende de muitas habilidades incluindo as emocionais e intelectuais. O desejo de ser viver melhor motiva as pessoas a buscarem melhorarem as suas vidas, contudo, quando imersos em uma situação ruim em que não conseguimos mudar, acreditar que não é tão ruim é uma maneira de preservar o sentimento de esperança e continuar a ter motivação para viver apesar de tudo. Isso significa que o ser humano distorce a realidade para caber em suas vontades e esse processo acontece de forma inconsciente.

É este processo que leva muitos cientistas terem uma opinião sobre o ser humano e buscar provas através de métodos científicos. Não queremos ser alvos de violência, não queremos mortes traumáticas, estupros generalizados, lutas e brigas como rotina. Queremos a paz, o bem-estar e somente por isso conseguimos “concluir” que o ser humano seja pacífico, solidário, que ajuda os outros, que é legal e outras características que desejamos que os demais indivíduos da espécie tenham para nos beneficiar.

Outro exemplo isso é o altruísmo que muitas pessoas cismam em afirmar que o ser humano tenha ou que deva ter. quem faz tais afirmações não acredita propriamente no altruísmo. Se assim fosse, essas pessoas não tomariam precauções para se resguardar como evitar passear em lugares perigosos ou deixar seus objetos destrancados e livres na rua. Contudo, elas tomam cuidado por onde passam, desconfiam que outras pessoas querem e possam lhe fazer mal, trancam os seus carros e suas bicicletas para não serem roubados num comportamento que expressa a sua real crença de que o ser humano é egoísta e busca o melhor para si como indivíduo desconsiderando os demais. Curiosamente, são estas pessoas as mais egoístas porque, a afirmação de que os humanos devam ser altruístas é somente o seu desejo de que assim seja para que se beneficiem do altruísmo alheio. Se acreditassem que o altruísmo existisse realmente, elas seriam altruístas agindo de maneira a favorecer os demais em prol de si mesmas e não temeriam os outro. Porém, é o exato oposto o que acontece: elas temem outros indivíduos humanos e vivem na esperança de que o ser humano será altruísta o suficiente para ajudá-las.

Mesmo as pessoas mais sensatas ou racionais são emotivas porque as emoções são os guias e motivadores do ser humano como visto em Somos emoções e sentimentos com um pequeno pingo de consciência. Estudamos para conseguir conhecimento visando usá-lo de maneira proveitosa para nós, não por mera curiosidade. Ainda que fosse assim, a própria curiosidade é um sentimento mostrando a parte emocional do ser humano como essencial na espécie.

Por termos uma visão muito misturado sobre o mundo, mesclando nossas opiniões com fatos sendo que as primeiras são uma mistura de nós mesmos com nossas ideias, desejos, medos e outros sentimentos. Por conta disso, é muito difícil fazer ciência porque a nossa própria opinião está em tudo que fazemos e pensamos e o resultado da “ciência” é muitas vezes manipulado, distorcido ou até mesmo negado quando não corrobora com a opinião que temos antes mesmo de se avaliar. Isso significa que, se temos uma opinião positiva sobre o ser humano, negamos as suas características ruins porque queremos defender a nossa opinião, não o fato. Assim, negamos a violência constante, as brigas e guerras que sempre existiram na espécie e supervalorizamos os aspectos positivos como a capacidade criativa de gerar tecnologia que nos faz bem.

Quando olhamos para outro animal ou espécie, a maneira que ela se comporta não nos afeta e, portanto, conseguimos ser mais imparciais. Porém, ao estudarmos uma espécie que está diretamente relacionada conosco, a nossa opinião em relação a ela já existe porque é o resultado de como nos sentimos em relação a ela, e buscamos maneiras de provar que estamos certos para que outras pessoas concordem. Não buscamos a origem de nossa opinião porque não nos importa. O foco é conquistar mais pessoas para que elas concordem conosco porque isso nos gera bem-estar num comportamento completamente parcial voltado para o nosso benefício próprio individual e o mesmo acontece em muitos lugares onde a “ciência” é feita.

Estudar animais de estimação é tendencioso porque existe uma influência direta com eles. Quem gosta de cachorros buscará argumentos para defender a sua opinião, inclusive argumentos científicos, e que gota de gatos fará o mesmo para gatos.

Nós começamos uma ideia através de uma opinião. Os verdadeiros cientistas imaginam uma hipótese baseada em sua opinião e a testa. Se conformada, torna-se um fato, uma teoria, caso contrário, é descartada e a sua opinião precisa ser refeita. Os políticos que se dizem cientistas por usarem de métodos e dados científicos para provarem suas opiniões e fazerem política, ainda que em uma escala menor como em um grupo acadêmico, ignoram os dados quando negativos à sua causa e tentam fazer o possível para conseguir o resultado desejado para convencer os demais de que a sua “teoria” (hipótese), como dizem, está correta.

Essa busca para embasar as nossas opiniões é normal ne espécie. Buscamos maneiras de consolidar as nossas ideias e dar sustentação porque, assim, sentimos segurança em acreditar nas nossas crenças. Quando nos deparamos com uma fato que prova o oposto, ficamos perdidos, sem chão e não sabemos o que fazer numa sensação de insegurança e pânico. Para evitar tais sensações ruins, tentamos sempre provar que estamos certos na busca infinita por segurança em nossas próprias ideias.

Para compreender mais ou melhor, veja:

Conseguimos perceber a realidade ou nos afogamos em nossos próprios sentimentos? 

Opiniões embutidas em trabalhos analíticos e a sua absorção pelo público (colocar link de acesso).

Veja o livro Hipocrisia: certa ou errada? Boa ou ruim? Porquê? (Colocar link)

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