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A confusão de um pensamento

O nosso pensamento é tão desconhecido que reagimos sem compreender as verdadeiras motivações ou o pensamento por detrás de uma vontade.

Muitas vezes temos um desejo tão intenso que não o vemos como desejo, mas como realidade, verdade ou direito. Tomamos este desejo como premissa real e criamos teorias e planos a partir desta mentira. Dessa forma, toda elaboração criada a partir dessa premissa inválida não é sustentada, não é passível de se implementada na prática.

São inúmeros desejos interpretados como fatos, sendo base de pensamentos e planos. Quando estes não dão certo, não têm o resultado esperado, culpa-se a prática, o plano, a estratégia, mas não se analisa a raiz da questão, chegando ao fundo do problema.

Nós vemos o mundo como é ou que desejamos que seja?

Acreditar que somos iguais;
acreditar que o mundo possa ser justo ou o é;

acreditar que a justiça exista;
acreditar que o bem exista;
ou que sempre vence o mal;
acreditar em divindades;
acreditar que alguém deva e vai ajudar;
acreditar que os sonhos serão realizados se esperarmos;
acreditar que os problemas acabarão;
acreditar em céu ou inferno;
acreditar que as pessoas sejam boas;
acreditar que o egoísmo não exista;
acreditar que merecemos o que não temos;
acreditar que que temos o “direito” de ser feliz…

Esta coleção de desejos usados como premissas sustentam outras tantas ideias e pensamentos. Mas no fundo são apenas os mais intensos desejos, não o mundo ou a realidade. Prova disso é que não existem evidências ou provas de que sejam reais.

A realidade é o que acontece, desejo é o que queremos. Se o conceito acontece sempre, conclui-se ser um fato. Portanto, é uma premissa válida (verdadeira) e, como tal, sustenta um processo de raciocínio lógico e real. Contudo, se o conceito não se concretiza (é uma premissa inválida ou falsa, que não é real), então é um desejo, uma vontade. Dessa forma, não é real, apenas emocional.

Existe um intercâmbio entre emoções e o mundo real, mas este é indireto.

O mundo é feito de fatos e de ações, não de esperança ou emoções. As emoções motivam as pessoas a agirem, usando de seus corpos e habilidades como ferramentas para tal. As ações geram um resultado, sendo um fato. Somente a emoção não é suficiente para criar o que se deseja, é necessário usar de apetrechos para concretizar a emoção em realidade.

Preste atenção!
Quanto mais nos prendemos a premissas falsas, mais ilusórios são os resultados de planos e pensamentos a partir delas. A frustração é inevitável porque é impossível alcançar o que se deseja desta forma.

Avalie as premissas: são premissas ou desejos? São fatos ou sonhos?

Avalie os seus pensamentos
mergulhe em suas profundezas
descobrirá para onde vai o vento
que mancha as belezas.

5 comentários em “A confusão de um pensamento”

    1. Existe a fisiologia cerebral complexa (com várias partes que influenciam o resultado) e que eu desconheço e existe a mente que também influencia tudo isso. Forçar determinados pensamentos molda o cérebro e a sua forma de funcionar, motivo pelo qual tratamentos psicológicos são eficazes, e moléculas também têm poder de agir nas estruturas cerebrais alterando completamente a forma de pensar e sentir, razão pelo qual fármacos psiquiátricos possuem efeitos. Um cérebros deprimido, por exemplo, pensa de uma forma completamente diferente. Ele não sente o prazer que o cérebro sadio sente e percebe o mundo de forma alterada, motivo pelo qual pensa de forma diferente. Então ideias que para um cérebro comum são compreendidas como ruins ou nocivas são tidas como boas ou desejáveis, reflexo do desequilíbrio dos neurotransmissores. Já num cérebro excitado a pessoa possui menos cautela e é mais ousada, o que pode ocasionar comportamentos mais destrutivos e perigosos porque ela pensa que possui o controle, que é invencível, que é poderosa. Estes são exemplos de como o pensamento pode ser alterado bioquimicamente, mas existem vários outros fatores que podem influenciar o cérebro e a mente.

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