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Quanto vale uma vida?

Há quem diga que a vida humana seja importante, há quem fale que a vida humana não tem preço, mas indenizações monetárias mostram que isso não é verdade. Crimes contra a vida humana possuem uma punição determinada; parentes de vítimas de violência conseguem indenização monetária; pensões são concedidas para viúvos e órfãos e contratos são feitos para assegurar uma quantia monetária a alguém caso a pessoa morra. Em todos os casos há alguém afetado diretamente resultando em morte ou não e quando há a morte de alguém calcula-se um valor para o beneficiário receber como indenização. Claramente estipula-se o valor da vida de uma pessoa.

Em uma situação hipotética em um hospital onde haja uma cama com uma pessoa aidética ou com câncer em estágio final internada e surja um mendigo necessitando de internação e cuidados para sobreviver. Existe uma pessoa internada que não sobreviverá e alguém que se tratado sobreviverá. O que você faz?

  1. Deixa-o na fila de espera
  2. Libera o paciente para atender o mendigo

 

Imaginando a mesma situação porém, em vez do mendigo é um médico. Quem você escolhe?

  1. Mantém o paciente internado
  2. Libera o paciente em estágio final da doença mortal

 

Agora imagine outra situação: um mendigo pede atendimento no hospital e é internado. Logo depois aparece um médico que precisa de internação, mas não tem vaga. Ambos precisam de procedimentos em internação para sobreviverem. O que você faz?

  1. Mantém o mendigo afinal, ele chegou primeiro.
  2. Libera o mendigo e mantém o médico porque ele pode ajudar mais pessoas quando ficar curado.

 

Tentamos colocar número em tudo porque é fácil comparar números e ver qual é mais alto ou mais baixo, porém há o que não conseguimos colocar números como os sentimentos. Como medir o valor ou tamanho de uma dor ou de um amor? Não conseguimos, mas, ainda assim, tentamos porque nos gera a sensação de precisão. Uma dor número 8 de 0 a 10 significa muito forte, no entanto como se sabe se é número 8 se não há como medir? Esta técnica é usada para dar a informação sobre a dor, se está forte ou não, mas não tem um número real.

Assim como tentamos medir a dor, fazemos o mesmo para a vida humana. Sem saber o valor de cada um para comparar, buscamos informações que possam nos dar este valor. Na primeira situação tem-se uma pessoa que está morrendo e não há como evitar enquanto que há outra que pode viver. Mas a pessoa na cama tem família, é idosa e não consegue manter a terapia medicamentosa por si mesma. Já o mendigo é sujo, fede, é jovem e não tem ninguém. Por ter família, acreditamos que a primeira pessoa seja importante para tais pessoas enquanto a segunda não possui ninguém, ou seja, ninguém sentirá se ele morrer ou não. Avaliamos o valor da pessoa para outras pessoas. Quanto mais a pessoa gera bem estar para outras, mais importante ela é e, portanto, maior é o seu valor.

Esta perspectiva pode ser aplicada nas duas situações posteriores: escolher curar o médico em vez de manter um paciente morrendo significa que o médico é mais importante do que o paciente internado e esta perspectiva advém da ideia das habilidades do médico aplicadas em pessoas, isto é, ele gera mais bem estar para mais pessoas do que o paciente internado.

A situação seguinte confronta a regra da fila onde quem chega primeiro é atendido primeiro com o “valor” da pessoa, que nada mais é do que o valor social dela (o quanto ela pode colaborar com a sociedade).

Se a vida humana possui um valor, este é igual para todos porque todos possuem apenas uma vida humana, a própria. Se todos possuem o mesmo valor, são todos iguais, portanto não há o que escolher (não há conflito), apenas seguir as regras.

 

 

 

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