Ao mesmo tempo que as pessoas desejam a igualdade desejam a desigualdade. Querem que as pessoas sejam iguais perante às leis, mas que sejam tratadas diferentes por não serem iguais.
Agravantes e atenuantes explicitam esse pensamento contraditório ao fazerem parte de um julgamento servindo para aumentar ou diminuir a simpatia do júri para com o réu. Além disso, as próprias leis são excludentes ao serem para um grupo ou para outro, não para todos, provando que as pessoas não são iguais. Como elas são feitas por pessoas, significa que as próprias pessoas percebem a desigualdade entre os indivíduos e os trata diferente por causa disso, exigindo e punindo-os diferentemente.
As pessoas querem igualdade ou não?
Se as pessoas não são iguais, então trata-las iguais é ser desigual. Porém se tratá-las desigualmente é, obviamente, desigual.
Afinal, como se tratar coisas ou pessoas diferentes de forma igual?
O conceito de justiça é humano. Natureza não é justa ou injusta, ela é. Ela acontece porque pode acontecer. O ser humano que não gosta disso (de algo) e considera injusto. Então a justiça mostra como uma pessoa se sente perante uma situação, logo é uma percepção individual.
Daí que qualquer ideia proveniente de “justiça” é uma ideia pessoal, não de realidade ou sobre algum fato. Assim, quando o debate é sobre opinião (o que é considerado justo) sem esclarecer os argumentos dessa ou o seu desenvolvimento, deixa de ser debate e passa a ser uma briga para se impor uma opinião sobre os demais.
O fato é que queremos ser iguais àqueles que têm o que desejamos e diferentes daqueles que possuem o que não queremos. Simples.