A crença de que pessoas com deficiência (não tenham alguma capacidade visível ou diagnosticada por um profissional considerado culto) sejam boas, isto é, mais compreensivas, solidárias e menos orgulhosas, é muito comum. Contudo, isso não é verdade.
A deficiência é falta de algo. Como o ser humano é muito visual, considera deficiência uma falta visível, como a falta de um braço, uma perna ou outra que é possível de detectar com o olhar. Entretanto o ser humano presa muito pela inteligência e acata opiniões advindas de pessoas consideradas inteligentes e médicos são um grupo de pessoas possuem tal credibilidade social. Dessa forma, se esse grupo fala que existem uma deficiência (falta) no corpo que gere um resultado indesejado, a sociedade acata e aceita. Dessa forma que doenças são tidas como deficiências muitas vezes.
Encontrar pessoas com deficiências (visualmente detectadas) e incompreensivas, com raiva ou revoltadas é muito comum. Pessoas com muletas ou em cadeiras de rodas que resmunga, não agradecem e exigem de outras pessoas, seja ajuda financeira, atenção ou outra, estão espalhadas pelo mundo. Fora isso existem as pessoas com deficiência de algumas habilidades não tidas como deficiência pela sociedade, mas são, uma vez que a ausência da habilidade significa sua deficiência.
Quantas pessoas que não possuem inteligência suficiente para criar um grande produto ou fazer muito dinheiro tem raiva de sua situação ou de quem tenha o que ela quer? Isso demonstra incompreensão e raiva para com quem não tenha nada a ver com a sua situação.
Quantas pessoas consideram injusto não ter uma qualidade e acha que se dar bem como pode seja uma maneira de diminuir essa injustiça? Muitas pessoas que não possuem capacidade de produzir dinheiro o suficiente para se satisfazer acredita que seja justo pegar de outra pessoa que tenha mais, seja em forma de uma pequena corrupção ou um furto singelo de uma fruta, um doce ou um pote.
Quantas mulheres deficientes em beleza acham injusto mulheres mais bonitas terem mais atenção, gerando raiva e rancor por não ter a mesma beleza?
Quantas pessoas desprovidas de inteligência para terem sua própria empresa são revoltadas por ver outras pessoas terem suas empresas?
É comum sentir dó ou compaixão por alguém deficiente. Concluímos que, por conta da deficiência, a pessoa não consiga ter o sucesso que temos ou consideramos rotineiro. Em outras palavras: a pessoa precisa se esforçar mais para obter o mesmo resultado que uma pessoa sem deficiência. Ademais, ver uma pessoa deficiente faz com que fiquemos com menos medo e alerta porque acreditamos que, devido à deficiência ela seja inofensiva ou possa causa pouco prejuízo. Como o cérebro trabalha de maneira a associar informações, associar a deficiência com a nossa sensação de ausência de perigo é a conclusão rápida. Como acredita-se que compreensão, empatia, carinho, respeito e outros valores de caráter sejam bons ou produtivos, isto é, não oferecem perigo, a imagem da pessoa deficiente, aparentemente sem apresentar perigo físico, é associada a uma pessoa que também não ofereça perigo emocional, psicológico ou outro.
Essa é a conclusão distorcida que o cérebro faz entre a imagem (sistema visual) e cognição (sistema intelectual).
A deficiência é carência em algo, mas isso não faz o caráter da pessoa. Uma pessoa deficiente pode ser mais rebelde ou agressiva que uma pessoa não deficiente ou pode ser uma pessoa mais amável e produtiva que uma pessoa normal. A deficiência é somente uma característica e não tem a capacidade de definir nada em ninguém, pode somente ser um agente influenciador.