Em tempos de paz (ausência de ataque iminente à vida por outros da mesma espécie) a sociedade humana consegue se proliferar e aumentar. A confiança no sistema social e nas pessoas desconhecidas que o compõe são mais altas devido à ausência de medo e por conta da produtividade, ou seja, o sistema funciona e as pessoas sentem que suas autonomias são mais respeitadas bem como os resultados destas são maiores. Isso significa que as pessoas se sentem mais livres para investirem nas áreas que desejam otimizando a própria produção.
Abrir mão de algumas vontades em prol de vontades alheias não impacta tanto nas vidas das pessoas já que possuem mais autonomia, mais liberdade para se satisfazerem e não sentem grande desvantagem com tal atitude.
Em tempos de guerra o medo impera, gerando desconfiança e pânico. As pessoas não se sentem livres para investir onde desejam, mas presas em satisfazer necessidades para preservar a própria vida. Isso significa que investem muito e se esforçam bastante para terem um resultado pequeno que não as satisfazem o suficiente para se sentirem felizes.
O medo e a desconfiança fazem com que não acreditem no sistema organizacional social de grande escala. Elas voltam a agir de maneira mais primitiva/instintiva e, por isso, a organização social que usam é a básica: relacionamento direto. Por isso os grupos sociais se reduzem: em grupos menores o poder de cada indivíduo é maior, o que gera maior sensação de segurança e confiança em si mesmo por poder controlar os demais, reduzindo a sensação de medo e pânico e aumentando a segurança e tranquilidade.
Em tempos de medo ou de sobrevivência a pessoa já vive no limite e abrir mão de sua vontade, a qual é sinônimo de necessidade neste cenário, pode significar a própria morte ou grande prejuízo, o qual pode levá-la à morte.
Pessoas estressadas, seja por traumas, por guerras ou outro motivo, são pessoas mais egoístas porque vivem neste estado de que tudo representa grande perigo. Por este motivo pensar nos outros não é uma opção (altruísmo), pois que, deixar de pensar em si mesmo pode ser o próprio fim, o que a faz não ser um bom indivíduo para uma convivência harmoniosa. A pessoa, por conta dessa percepção, não abre mão de suas vontades, as quais são necessidades, e, dessa forma, não aceitam submissão, o que gera mais conflito, brigas e guerras. Por isso que pessoas que estão em guerra tendem a guerrear mais e mais, o que também acaba por reduzir o próprio grupo social.
Não é à toa que pessoas em guerra vivem atacando e revidando, sempre com raiva, sempre sentindo que está perdendo, sempre com medo. Ao longo da história da espécie humana uma sociedade guerreou com outra por gerações por conta disso. Pessoas nasceram e cresceram em guerra, sentindo perdas e medo e revidaram/atacaram perpetuando a mesma. Elas cresceram, tiveram filhos, morreram, estes cresceram e lutaram ainda na guerra que existia antes mesmos de eles existirem perpetuando um conflito sem saber o real motivo (motivo inicial) da guerra. Pessoas que nasceram, cresceram e absorveram a raiva e o medo dos pais que viviam em guerra os quais nasceram, cresceram e absorveram os sentimentos de guerra de seus pais. Gerações com raiva sem saberem o motivo de toda briga porque nasceram em guerra, aprenderam que a vida é em meio a guerra e, portanto, mantê-la é normal e natural, algo que pode e deve ser mantido.
Breve reflexão: Sobre o ponto de vista da espécie, esta estratégia pode ser positiva pois gera mais grupos (ainda que sejam menores) tomando medidas diferentes, o que significa que há mais chance de algum grupo ter sucesso e preservar a espécie, dando continuidade à mesma.
Para compreender melhor a interação humana leia hipocrisia: certa ou errada? Boa ou ruim? Por quê?